Para o garoto por quem me apaixonei

Talvez eu não saiba mais em que posição te colocar na minha vida, e isso me fode muito mais do que eu suportaria por você.

Sim, suportei muito por ti, e até esse momento eu não fiz nada disso pra jogar em tua cara, tudo o que fiz foi pelo prazer de estar do teu lado, só que, agora, eu percebi que você nunca esteve aqui do meu lado, eu apenas que corria uma maratona pra apoiar os teus tropeços, e talvez o teu maior tropeço tenha sido o de me deixar cair na ilusão da tua presença.

A queda turba a vista e o machucado tira a noção da ilusão de ótica por um instante, e vendo melhor, eu percebo que preciso de óculos.

Você foi o oásis que eu jurava me aproximar, a fonte fresca no final do deserto, e até posso ter chegado ao final, mas não havia nada lá.

Você me contou que pra fazer com que se afastem de você, basta forçar o incomodo, e isso me deu a prova de tua imaturidade, já que eu te prometi ficar até que me mandasse ir.

Você nunca me mandaria ir, e nós dois sabemos que não teria coragem disso, então, é mais cômodo testar a minha coragem, você só precisa desistir porque te falta atrevimento em se agarrar ao teu desejo, já eu, poderia morrer tentando.

E no final, tu foge, só assim, se eu partir, não te custaria o ato de me mandar embora, se eu vou com teu silêncio, você perde a única pessoa a quem você sabe que não gostaria de perder, pra só aí, poder dizer que está sozinho e ninguém teve coragem de ficar...

Quando tudo que você fez foi se recolher pra sua insignificante imaturidade, orgulho e temor de admitir que nunca recebeu tanto amor de alguém que ficou com medo de se afogar nesse mar, quando, no final, você aprenderia a respirar debaixo d’água.

Teu medo foi de se tornar dependente do mar que te ofereci com meu amor, quando na verdade, tua ilusão era sair do aquário.