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Depois de várias madrugadas de insônia, alguns tropeços no manto da noite, tentei cobrir o frio da alma sem conseguir sequer vestir meus olhos com sonos atrasados, poemas inacabados insignificantes, cobertores baratos sem romance.
Existe na minha mente uma moldura burlesca, pintada no rosto enrugado da velhice. Toda noite uma corrida para encontrar a porta da imaginação, ou alguns papéis esmaecidos, rotos, com meros rabiscos de um romance embriagado de impaciência.
Minha sombra não me acompanha mais, já está cansada dos meus devaneios sonâmbulos, prefere me esperar no sofá da maldita insônia. Bem cômico, um personagem perambulando sobre os matizes da janela, um espectro do sofá esperando para dialogar no espaço da loucura com minhas canetas sem tintas, algumas fronteiras sem raízes, eu diria inspirações sem letras dançarinas e poesias sem estruturas.