Carta à você que me perguntou...

Não, eu não sou gay. Mas não me importaria.

Sobre coisas de mulher, entendo muito bem.

A poesia que escrevo é por admiração;

muito se “quase vê” pela superficialidade;

busco mostrar o “sentir” se é que isso é possível.

O corpo quase sempre passa batido, e é apenas ligado ao tesão, não é.

O corpo da mulher é muito mais que carne;

nele está refletido o desejo esmagado porque disseram um dia que teria que ser assim,

porque falaram que tem que aceitar; calada, de preferência.

Criou-se um tabu que precisa ser removido de nós, precisa ser desconstruída essa ideia.

Expor vontades não faz da mulher vagabunda; mulher tem voz e é preciso que chegue a sua vez.

Falo do corpo feminino, porque é preciso ser escutada e percebida da maneira como tem que ser.

Falo porque não é vergonha nenhuma falar de desejos, sejam eles quais forem;

não é vergonha se apaixonar pelo corpo, tenha ele a forma que tiver.

Desenho a mulher em poesia, porque ela cabe com exatidão.

Agradeço de toda minha alma aos meus leitores. Todo o meu respeito e admiração.

xêro minêro com exagêro e muito tempêro

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 15/12/2023
Reeditado em 15/12/2023
Código do texto: T7954874
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