Carta de Adeus

Guarulhos, 29 de Dezembro de 2007.

Adeus

Hoje é dia 29 de Dezembro de 2008 e somente agora escrevo esta carta de despedida. Não de uma simples e passageira despedida, mas aquele adeus como a palavra mesmo sugere, o adeus para nunca mais.
Eles morreram - não que os tenha matado - foram morrendo e se matando aos poucos, passaram pelas auroras ora ensolaradas, ora encobertas pela melancólica neblina, nasceram, gozaram da juventude, tiveram a oportunidade de aprender algo útil - e inútil - na maturidade - ou "imaturidade" - enfim, chegando na velhice tendo sido ou não bons, proporcionando alegrias ou tristezas, uniões ou desuniões, incluindo ou excluindo.
Alguns viram e sentiram como que sendo-lhes retirado segundos e minutos de sua breve existência neste ano, enquanto outros regozijaram-se ao receberem o que fora retirado dos outros.
Alguns sorriram, outros choraram.
Alguns ganharam, outros perderam.
Nada de material ou concreto, entretanto de um abstrato significativo do que uns tiveram e outros não, mas todos tiveram a oportunidade de estarem presentes e fazerem com que o presente de seus momentos se transformassem de abstrato a concreto.
Uns fizeram de suas horas melodias, outros poesia.
Houve o que tenha brincado de Deus escolhendo - ou tentando escolher - o futuro dos outros, esquecendo-se talvez de que um dia a vez dele inevitavelmente chegaria.
Ainda assim, muitos estarão presentes no próximo ano.
Alguns pensaram ser maiores e superiores que outros, usando-os como "pontes" - pontos facultativos -, embora nem todos usufruissem da mesma chance.
Muitos deles estão marcados pela simbologia religiosa, a lástima é ver que na maioria das vezes não são celebrados com este fim.
Outros tantos em sua raíz possuem como objetivo a consciência - social e política -, mas sem novidades, nem todos possuem "olhos para enxergar e ouvidos para escutar".
Lamentavelmente neste ano, muitos se viram sendo marcados por tragédias, fome, violência, pela ignorância e infelizmente pelo egoísmo.
Em contrapartida também existiram os que foram imensamente felizes, sendo lembrados pelos atos de Amor, Perdão, Tranqüilidade, Acolhimento, Esperança e Paz.
O Ano acaba e ao relembrarmos velhas histórias, passados distantes - outros nem tanto - é perceptível que muitos enganos continuam, assim como as boas ações.
Para os que foram com a esperança da vinda do próximo ano como consolo e conforto para reparar os erros cometidos neste, a triste realidade: cada um de vocês foram únicos, não podem existir novamente - não da mesma forma -, tampouco deixarem de existir, parece incongruência, mas cada dia é único, o que se escolhe fazer destes momentos bons ou ruíns não podem se repetir quando ele finda, o ontem foi um dia, o hoje é o presente que Deus nos deu e o amanhã o dia que pode nunca chegar.
E minha despedida, ainda que tardia pelo fato dos demais dias deste ano já terem "morrido", se transformado em lembranças ou esquecidos, chego a tempo para despedir-me dos dias 30 e 31 de Dezembro, sem piadas nem deboches, sem paródias ou utopias, sem dores nem dissabores, celebrando o Amor e a Alegria, festejando a vida livre da hipocrisia, acompanhada pelas letras em prosa e poesia!


Feliz Ano Novo!!!
Feliz 2008!!!

PS>>> Para todos os amigos do Recanto das Letras, para meus familiares e leitores.

Para Antonio e Leticia, amores de minha vida, amo vocês.