Reviver o passado

Procuro o sono e não o encontro nesta noite fria, também o nosso quarto está gelado e nem o calor do nosso amor quebra esse gelo.

Hoje vivo o dia a dia, mas... quando a noite se aproxima e escurece, meu coração começa a palpitar e minh’alma escurece também, entristecida por não te poder amar. Busco no passado, bem próximo aliás, o anoitecer corpo a corpo que vivíamos: corpos entrelaçados; lábios molhados embriagados de desejo; cabelos tocados pelo carinho das mãos querendo mais e mais e... vontade inconsolável de fazer amor; de viajar até ao mundo do prazer sem fronteiras.

Agora dormes a meu lado mas teu coração parece ter ficado congelado pelo frio que gela meu corpo ao não ser tocado, desejado fortemente pelo teu Eu. Onde está essa paixão, esse amor que desfaleceu?!

O tecto que assombra minha cabeça é imenso, eu sou só uma menina pequena com medo de não ter sono, porque antes a ausência de sono era a pura e intensa vontade de te amar; agora, apenas me mantenho acordada para poder recordar que em teu olhar já tive um mar imenso só ondulando para me namorar.

Meu desejo mais profundo é que as ondas do mar te banhem com os meus sentidos versos:

Que durmas com os anjos

E corpos celestes;

Com todos os belos arcanjos

De tão ilustras vestes!

Se te questionarem

Sobre o que é o amor,

Diz-lhes que seja ele o que for

Já não te move a ti o calor...

E se te interrogarem

Se o passado é para reviver,

Responde-lhes que a chama

Ateada a mim

Te fazia arder

De desejo de me ter

Mas, hoje enfim...

Um beijo sacia teu querer!

Escrevi num pergaminho

Nosso passado

E soltei num rio,

Não sabia que era fugidio...

Vi-o ser levado

Por um novo caminho,

Será amanhã reencontrado?!

artescrita
Enviado por artescrita em 07/12/2005
Código do texto: T82031