Seu silêncio incerto

Por favor não fique nesse silêncio monstruoso quando ainda te preciso ouvir, não tenha esse preconceito de quem nem sabe o que quero falar, não tenha receio e por favor me deixa te ver, te olhar mais uma vez, mesmo que a kilometros de distancia.

Espero que você tenha percebido assim como eu, como nossa canção ficou triste de repente.

Seus olhos me vigiando a noite. essas noites de solidão que ando tendo desde que você decidiu que acabou...

Realmente, acabou a vida, acabou a paz que era deitar-me em teu colo e a vontade imensa de ser sua, de entrar dentro de ti, e assim ficar pelo resto da minha existência...

Hoje tudo se resume a apenas um suspiro triste de quem nem sabe se quer continuar ou não, tudo se pausa e eu me perdi de tal forma que agora tanto faz se rir ou chorar não são a mesma coisa...

Você já não se importa em saber se meu sorriso é aquele mesmo sapeca que você encontrou um belo dia na rua, como queria dizer o mesmo daquele olhar que cruzou o meu em um simples relance...

Apenas te segui com os olhos e deixei que fechasse a porta que eu nem queria abrir...

Tá tudo tão errado agora que já nem sei se sonho ou se choro sempre, aliás as vezes julgo que você não passou de um sonho, devaneio, ou sei lá um pesadelo e que saudade essa que explode em meu peito agora...

É estranho, como foi estranho ficar nua na sua frente pela primeira vez, já não sentir seu abraço apertado, já não ouvir sua risada irônica, já não deixar sua voz penetrar meus tímpanos como música para os meus ouvidos...

Hoje talvez você até tente mas nunca mais será como foi, e a melodia vai se acabando aos poucos até restar apenas a letra triste de uma única e simples canção...A nossa!

Lágrima a lágrima eu me lembro de cada detalhe de nós dois, eu sempre te quis apesar de nunca ter visto isso antes...

Eu não vou a lugar nenhum, agora eu entendo que não é preciso, um dia tenho certeza que você vai entender também e voltará pra casa, assim como eu voltei...

Sempre que fugi te levei aqui comigo, dentro de mim, e a cada momento que estava distante eu me vi bem perto, perto de mim...

Pela primeira vez eu senti o vento forte como se fosse uma simples brisa de outono, pareceu-me como se fossem suas mãos a segurar meu rosto com força, como sempre fizera antes de me beijar...

Pela primeira vez eu senti o sol queimar meu corpo como se fosse a última vez que o via, fechei meus olhos e não existiu mais a escuridão, mesmo de olhos bem abertos eu pude desenhar-te em minha alma perfeitamente.

Pela primeira vez eu fechei meus olhos a noite sem medo da escuridão...

Tudo por saber que um dia você volta, e eu estarei aqui, alias de onde nunca consegui sair...

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 22/01/2008
Código do texto: T828219
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