MORTOS NÃO FALAM?

Na imobilidade eles se calam?

Ou eles falam?

Quando ouço o vento parece que ele me traz uma voz que se perdeu no nunca mais.

Parece que alguém fala baixinho comigo.

Me mostra o perigo.

Na morte eu não acredito.

Acredito em infinito.

Alguém conversa comigo nos meus sonhos.

Alguém chega e se senta ao meu lado.

É alguém que está do outro lado.

Mas o que é o outro lado?

Tem quem pense que a morte tudo encerra.

Que tudo se acaba embaixo da terra.

Nada posso afirmar.

Mas sempre me parece que alguém vai comigo estar.

Seja para me orientar.

Para me guiar.

Ou até para me censurar.

Paizinho. Eu sei que tu partiste.

Me deixaste aqui tão triste.

O tempo passou... quem tanto chorou parece ter aprendido.

Que tu nunca me deixaste.

Que teu amor nunca há de acabar...

Será que um dia vamos nos reencontrar?

Eu acredito que sim. Acredito piamente que vamos nos encontrar novamente.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 27/01/2008
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T834794
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.