I - Carta de amor

Não quero que penses que, por estar te dando o céu, as estrelas e o mar, me faço vulgar. Se te abraço e te beijo com o meu olhar, não te iludas, porque, na verdade, eu sou muito tímida.

Se te aqueço com os meus gestos e palavras é porque te quero e em troca nada espero.

Por isso, deixe-me provar o sabor do teu amor, deixe-me sentir e descobrir-te e saber se o que sinto é paixão, ilusão ou carência. Deixa eu aspirar o teu cheiro másculo e viril e transbordar numa nuvem que não seja passageira e tampouco perpétua.Deixa eu sentir os teus lábios nos meus, o calor do teu corpo no meu.

Mas, repito, não é por te amar tão freneticamente que me deves ver tão vulgar, porque nesse gesto espontâneo, irracional até, e em todos os momentos, eu te respeito, te admiro e tenho o maior carinho por essa pessoa extremamente adorável e cativante que és. E saibas que, se mesmo antes eu te admiro assim, tenhas a certeza de que sempre o respeitarei, mesmo que nada aconteça entre nós, pois o meu carinho por ti será sempre o mesmo.

Deixa eu te envolver e despertar emoções inúmeras, e até mesmo inimagináveis. Eu quero te fazer feliz sem nada pedir em troca.

Eu quero te ter em segredo majestoso e perpétuo. Eu te quero sempre presente em meu coração.

E se eu te der todas as estrelas do universo mantenhas segredo, pois eu as terei roubado para ti.

Mas, acaso eu te decepcione, não me culpes nem te sintas magoado. Se eu falhar, não me critiques, nem elogie, apenas ignore a decepção.

Eu estou sendo ousada demais; talvez não seja normal eu sentir o que te descrevo nessas linhas. Eu apenas quero que saibas como sou e como penso. Quero que conheças uma outra parte de mim que, confidencialmente, eu juro, nunca mostrei a ninguém. Se me faço conhecer nessas entrelinhas é porque sou uma grande covarde, que na tua presença se inibe, se retrai e se esconde.

Embora pareça difícil de acreditar eu sou muito tímida, mas aqui te confesso que te quero, apesar de estar indo contra um dos dez mandamentos. Mas, sinceramente, por ti eu arrisco tudo. Não sei como surgiu essa atração que sinto, sei apenas que surgiu e não quero encontrar falsos subterfúgios para explicá-la ou dela fugir.

Peço-te que não me julgues severamente por declarar-me tanto assim, nem por querer entregar-te meu coração, meu amor, meus pensamentos. É tudo tão simples e puro que esse meu sonho, vago e incerto, quero tornar uma realidade presente, pois é melhor ter amado e te sentido meu, por poucos instantes que sejam, do que nunca ter te conhecido e tocado.

E se depois de tudo isso o meu olhar te evitar será porque foi a maneira única de agir que eu pude encontrar.

Despecial
Enviado por Despecial em 10/12/2005
Código do texto: T83521
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