Minha inquietude

Não sei exatamente a quem dirijo minhas palavras escritas nesse momento, apenas posso afirmar que elas saem do meu coração.

Alguma vez já se sentiu a pessoa mais solitária do mundo, mesmo estando cercado por pessoas queridas e que te querem bem? Já se viu rodeado pela multidão, mas sentia que era apenas mais uma presença sem importância dentre tantos? Que o que realmente sentia era a falta apenas de uma pessoa em especial? Aquela por quem teu ser clama a companhia, por quem chora tuas lágrimas de tristezas e alegrias, a pessoa que te vê sorrir, e de quem esconde tuas agonias? Daquela pessoa que te abraça e dia que tudo irá se resolver, tudo vai dar certo e ficará bem em breve...

Apenas uma pessoa que não está presente e em qualquer lugar que vá sua presença faz falta? Até o verão é congelante quando me sinto sozinha. É como se fosse a última alma sobrevivente do planeta, a vida passa em minha mente como se fosse um filme. Medos antigos e do presente me dominam e eu não sei como calar as vozes interiores...

Sou apenas uma pessoa frágil que está mostrando parte dos meus temores, afinal quem me ouve? Podem pensar que sou louca por dizer isso e por escrever o que penso e sinto, mas a verdade é que não me importo se pensam isso de mim, pois o que realmente importa é o que os faço sentir com minhas escritas, que elas não tenham um fim com as últimas linhas do texto antes de um ponto final. Se alguém pensar, pelo menos, uma vez ao dia em algo que escrevi e lá encontrar um sentido para si, refletindo sobre isso, já terei ganho a semana.

Às vezes até acho que não deveria compartilhar minhas escritas, mas daí que graça teria? Nunca ter conhecimento da opinião alheia...

Batidas fortes em meu peito, sinto um coração inquieto, emotivo... No peito uma angústia que domina, não sei dizer o porquê! Procuro respostas às minhas perguntas, mas é em vão. Tento pensar em algumas pessoas, mas não é algo diretamente ligado a nenhuma delas, estou aflita e não encontro a explicação, apenas amanheci assim no dia de hoje.

Acho que não quero que nada chegue ao seu real final, pois os finais são muito tristes, nada é para sempre, alguém irá acabar sozinho, com saudades eternas de quem já partiu e que nunca mais voltará...

Às vezes acho que partirei logo, tenho medo disso, afinal ainda preciso cumprir tantas coisas por aqui, descobrir o porquê de meus dilemas, me conhecer, ter filhos, realizações das mais diversas naturezas. Quero conhecer tantos lugares, ver tanta gente... Mas a cada dia sinto o tempo diminuindo, o relógio da vida avançando seus ponteiros sem esforço e sem paciência, com pouca calma, não tenho como pará-lo. Medo, insegurança do futuro próximo, saudades do passado ainda tão presente... Indecisão!

Alguma vez já se sentiu como se não pertencesse a essa vida? Que está aqui por um mero engano divino de alguém? Vivendo no corpo errado, na vida errada, no tempo errado, na época trocada, porém com algumas pessoas certas? É uma loucura, eu sei... Penso sobre isso todos os dias de minha existência Parece que minha vida está lá fora, e eu aqui presa numa redoma de vidro, sem ter como alcançá-la e muito menos vivê-la.

Por entre caminhos perdidos e incertos continuo procurando minhas respostas enquanto o tempo avança e meu relógio não pára para descanso.

O único meio em que sei que estou vivendo algo certo é na escrita, mesmo que alguém ache que não, não ligo para isso, desde que eu consiga acalmar meu coração e diminuir minhas angústias.

E com todas essas perguntas e agonias, por entre pensamentos eu adormeço irriquieta, descanso o corpo, mas não a mente que permanece pensante até em meus sonhos irreais, até em meus sonhos sou perseguida...

Amanhã será outro dia, com todas essas dúvidas e muitas mais, afinal meu relógio ainda não silenciou minhas batidas cardíacas nem parou a minha respiração.

Lilith Góthica
Enviado por Lilith Góthica em 04/02/2008
Código do texto: T845716
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