Carta ao *Amor*

Amor eu escrevo esta carta mergulhada e molhada nas minhas lágrimas, para expressar meu amor, e minha dor.

Meu amor é muito grande, e eu fui deixando que tomasse conta de meu eu, acreditando que preencheria meu vazio.

Através do Amor encontrei sentimentos que eu achava que tinha perdido, e assim fui alimentando a ilusão que o Amor é um sentimento que me traria apenas felicidade.

Construímos eu e o Amor, um castelo de gelo, maravilhoso, porém gélido, que ficava mais encantador com o reflexo das luzes da Lua e do Sol, além de brilhante, que com o próprio Sol que o fazia refletir maravilhosamente o fez derreter.

Hoje Amor no lugar dos sorrisos e risos espontâneos de quem ama, sinto dor e vivo com as lágrimas.

Mas afirmo, enquanto tinha muito Amor fui muito feliz.

Sei que acreditei em pequenas ações que me faziam sentir ilusoriamente viva e agora que não as tenho mais, tento em vão procurá-las em outros lugares. Machuco-me cada vez mais, abrindo feridas antes inexistentes.

Dentro de meu coração, o Amor, ainda é muito forte e presente. Porém não o sinto mais como aquele que um dia me acordou, e reascendeu uma chama até então apagada.

As singelas mensagens gostosas, sumiram, não sinto mais o elo forte entre eu e o amor, e nem tenho a certeza que tenho o amor ainda comigo. Sinto-me só. Estou só. Tenho que aceitar que sou só, só eu e meu amor.

Hoje sinto que meu vazio ficou ainda maior, e cada vez que o Amor, que talvez também por amor demonstra sua existência, algumas vezes, traz de volta a vontade de reviver tempos passados e reascende a chama que existe.

Sinto meu amor muito vivo, ardente, presente, querendo *Amor*. Mas são as lágrimas, a dor e a saudade que tem estado presentes.

Começo a acreditar que não seja realmente amor, e sim algum sentimento de auto-afirmação, que camuflado de amor às vezes se instaura no coração com toda força e presença. Não acredito ser verdadeiro amor, pois acredito que o verdadeiro amor sempre sentiria as mesmas saudades de querer saber, viver, ler, ter e ser.

O amor verdadeiro não da pra disfarçar, quer sempre estar presente e sentir o Amor presente, mesmo através de mensagens se apenas assim for possível.

Minhas lágrimas não param de rolar, achei que teria mais forças para superar esta dor. Mas confesso que estou completamente à mercê do Amor.

Não quero que suma de mim, porque não me vejo vivendo sem amor. E sei que ainda quero muito amor, mas não quero mais o sofrimento que vem aliado a ele.

No fundo eu amo o Amor, e como canta majestosamente o autor, "a cada despedida eu sei que vou te amar, desesperadamente e por toda minha vida". "Eu sei que vou te amar, e sei que vou sofrer, a espera de viver, novamente este amor, por toda minha vida" penso às vezes que "cada verso meu será pra ti dizer que sei que vou te amar, e cada volta tua a de apagar o que esta tua ausência me causou".

Não sei como terminar esta carta, se dizendo que te amo meu amor, ou pedindo que me não me deixe mais sofrer assim.

Também não sei se meu Amor lerá e entenderá esta carta, pois o amor faz através do coração os olhos ficarem nebulosos para as verdades, nem sei se meu amor vai responder, mas sei que minhas lágrimas ainda rolam e meu peito ainda dói.

Restritavv
Enviado por Restritavv em 13/12/2005
Código do texto: T85555