Criado(a) Oculto(a)

A você anônimo(a) que há meses me persegue.

Há uma noite estranha lá fora.

Nenhuma Lua, nenhuma estrela.

Céu de escuridão infinita.

Uma noite assim deveria servir para a face anônima.

Creio até que é a foto explícita de quem se esconde.

Qual seria o medo de quem se esconde?

Medo ou tara?

Qual seria o seu complexo?

O seu grau de inferioridade?

Inferioridade ou covardia?

Não aceito um ser vazio de espiritualidade.

Os covardes são.

Quem não se mostra não se revela não se gosta.

Sente-se verme.

Não seria a hora de sair do anonimato e se mostrar?

Rastejar não é humano.

Tenho desprezo pelo fel que vomita e pelo veneno que destila.

O seu antídoto seria menos doloroso, se vestisse a hombridade.

Tenta! Mostra a cara! Identifique-se!

Busque sair desse mundinho restrito e infeliz.

E encontre-se ou se mate!