ESSA É PRA VOCE...

EDDIE,

A vida da gente bem que poderia ser comparada a uma competição olímpica, ou melhor, vamos pensar numa prova de natação. O que temos: provas de classificação, semifinais e finalíssima. Para chegar lá é preciso alguns requisitos básicos e outros de pura competência do competidor.

Os requisitos básicos podemos enunciá-los como: qualidades genéticas, equipamentos para treinamentos e locais adequados, custeio financeiro, etc. Dentre os outros, de caráter puramente pessoal, estão: treinamento, dedicação, vontade de chegar ao objetivo e a capacidade de aprender e somar experiências.

Na piscina Olímpica temos as marolas, a tormenta dos nadadores de algumas raias. Ai de quem nadar pelas raias um e oito, até mesmo dois e sete. Os melhores sempre nadam pelas raias quatro e cinco, centrais.

Como ser um dos melhores?

Na natação, todos vão dizer que o treinamento é fundamental, que o apoio financeiro é necessário, que..., que..., etc. Na natação, para ser finalista é preciso chegar entre os primeiros na prova de classificação, depois chegar entre os primeiros nas provas semifinais e finalmente, se quiser nadar pelas melhores raias precisa marcar, nas semifinais, um dos quatro melhores tempos.

Na verdade, nem dá para dizer que os melhores são melhores e os piores são piores, pois quem sabe os resultados não fossem outros se o efeito das marolas fosse igual para todos.

Mas é importante o fato de cada um ter que buscar as melhores posições de largada. A chegada já é outra história, mas o esforço será melhor aproveitado.

Na vida, como disse antes, é bem parecido. A gente pode ter boas heranças genéticas, se preparar bastante pelos estudos, mas ninguém vai muito longe sem duas características fundamentais para a definição de quem largará pelas melhores pistas, tendo assim percursos menos turbulentos, sem tantas marolas.

A primeira é a vontade de chegar a algum lugar, ter objetivos a alcançar. Só então será possível definir o tipo de treinamento a fazer.

A segunda, direi eu, é a capacidade e boa vontade de somar com as experiências dos outros para economizar energias para dispendê-las nos momentos certos. Aprender com os erros e acertos já cometidos poupa-nos tempo. O bom uso destas características é o primeiro aspecto determinante das melhores posições de largada para a vida. O resto busca-se. A educação formal coopera com sua parte, mas o pulo do gato cada qual terá o seu.

Não é preciso descabelar-se, a menos que seja por opção estética, nem atropelar com atitudes inescrupulosas algum possível competidor. O jogo da vida é legal quando é limpo!

Também não precisa querer todas as vitórias hoje. É preciso saber esperar e preparar-se para elas. As vitórias virão! Mas sempre como conseqüência de um bom trabalho.

Lembra-se que eu disse antes que na natação o nadador precisa buscar as melhores raias, e estas estão ao meio, para evitar as marolas? Então, na vida também nosso percurso será facilitado longe das marolas. As marolas da vida são maiores quando saímos pelas raias baixas - muita timidez, falta de ousadia; ou quando saímos pelas raias altas - muito radicalismo e intolerância para com os que, talvez, não tenham a mesma competência e disposição que a gente.

Meu filho pode ser que estas sejam as últimas instruções que te dou, mas saiba que você está no caminho certo e não se esqueça que eu te amo.

Gostaria de terminar te chamando de filhinho, é mais carinhoso, mas o diminutivo também condiciona para as raias baixas. Então poderia te chamar de filhão, mas talvez possa estar estimulando uma tomada de posição pelas raias altas, mas você sabe que eu te amo de qualquer forma.

Sendo assim termino dizendo: Meu Filho! Com F maiúsculo para demonstrar que apesar de não chamar de meu filhão, você é mais que...