O Negão e a hemorróida

Ele era um negão com quase dois metros de altura e se chamava Ossival.

Bem humorado e amigo de todos, a não ser quando lhe atacava a maldita daquela hemorróida, que o deixava completamente louco e, principalmente, com um tremendo de um mau humor.

Ossival trabalhava numa firma que vendia Secos e Molhados, no varejo e no atacado e, normalmente, circulavam por ali, todos os dias, muitos vendedores das indústrias que lhes forneciam os produtos.

Um desses vendedores, sabedor do mal que atormentava a vida daquele simpático negão, disse-lhe que conhecia um santo remédio para curar hemorróidas.

Ossival ficou interessadíssimo no tal remédio e, quase implorando, pediu ao vendedor que lhe contasse que remédio milagroso era aquele.

O vendedor, que se chamava José Afonso, disse-lhe então:

- Quando você acordar, antes de tomar o seu café da manhã, tome um belo banho, seque direitinho a região e se lambuze de mel, mas, tem que ser mel puríssimo, sem nenhuma mistura.

Continuando, José Afonso perguntou: - Você almoça em casa?

-Sim, respondeu Ossival.

-Então, quando você for para sua casa almoçar, lave-se de novo, seque com cuidado a região e passe novamente o mel.

-Só isso? Perguntou Ossival.

José Afonso disse-lhe que repetisse a manobra, antes de dormir, e que

fizesse aquele procedimento durante, pelo menos, um mês.

Ossival, que já não se aguentava de tanta curiosidade, perguntou-lhe: - Você tem certeza que cura mesmo essa droga de hemorróidas?

Nessa altura do campeonato, uma rodinha de funcionários já tinha se formado -em torno deles- só para ouvir a receita do tal vendedor e, claro, todos ansiosos, para saber a resposta que seria dada àquela última pergunta.

José Afonso, fazendo um pouco de suspense, coçou a sua barba, limpou seus óculos, olhou um por um dos ouvintes, e falou: - Olha Ossival, se cura eu não tenho muita certeza não, mas que o teu cu vai ficar docinho como um mel, lá isso vai...

Não é preciso dizer que José Afonso, naquele momento, acabara de ganhar um inimigo, mas, como era de seu costume, jamais poderia se dar ao luxo de perder a piada...

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 17/09/2008
Reeditado em 30/08/2009
Código do texto: T1182523
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