Um conto, uma prosa, uma bosta! (paginas 13-14)
Dona Maroca
Eram dias festivos e a bela moça passara por dias enfermos, sofridos com inicio de pneumonia. Levada pelo homenzinho até a casa de Dona Maroca, uma curandeira de respeito que assustava qualquer bicho do mato que por aquelas bandas circulava. Dona Maroca é encontrada pelo homenzinho guiado pelo som de seus risos altos e estravasantes.
- Primeira vez, quebro sua crença meu querido, desculpe-me
- De que vale essa queixa, mesmo que, juntos aqui estamos, divirta-se apenas
- Deixe de ironia, ela tem poderes
De tão imediato, assim que termina seu dialogo, Dona Moroca se vê de frente com o casal que calado trocam olhares assombrados.
- A que de oseis dois aqui por aqui nessas banda minha?
- Vim a procura da senhora. Sem mesmo deixar o homenzinho terminar Dona Maroca interrompe-o e aos risos dá-se por convencida ao pragar
- A cura é por mim eu concedida, sem dinheiro exigido é que curo com carinho, oseis eu me entende? Eu sei que entende.
- Minha moça por moléstia se abate e aqui viemos a procura dessa cura
- Vou eu me colher a colher alguns matinhos e já vorto com a cura, vai oseis lá no corgueo pra vê uns peixinhos, pode im sem rodeios.
Já de costas para o casal Dona Maroca inda ressalta em tom mais rude
- Mas nem pense oseis em pegar meus bichinos
O casal segue para o corgueo, quieto e de mão dadas. Dona Maroca espia os dois e aos risos faz seu trabalho sempre de zóio no casal.
- Minha moça, sente-se bem?
- Sim, o ar puro deste campo me faz bem
- O que deixa então seu semblante assim, cabisbaixo?
- Tive um sonho, onde lá no passado estava eu com minhas lembranças.
O senhor passado agora ri e de orelhas em pé também atencia seus olhares para o casal. A bela moça então revela a saudade que sentes do lugarzinho que cresceras e que nunca nessa vida, fez-se o homenzinho por levá-la ao passeio mais simples que desejava a bela moça.
- Mas que tolice minha moça, até parece despedia, ficaras bem
- Sei meu querido, mas de que adianta saúde e alegrias, por que odeias tanto aquele sitio?
O homenzinho então se cala e bate na água com um pedregulho que encontrará no caminho. Respeitam em seu silêncio Dona Maroca e Passado agora também quieto, na espera de uma solução e que seja agora, por favor.
A bela moça, retira de sua bolsa o quarto e dirige-se ao homenzinho sem descanso.
- Nosso quarto, senão um reflexo do que por lá me por toda minha vida mais amei. Amo-te meu querido e sem tu não seria tão feliz. Mas me toca esse seu desdém sem sentido, acredito que por lá houveras, talvez, um segredo a que me esconde.
E ainda em silencio o homenzinho se toma por grande tempo, pensativo e receoso. Bela moça aguarda então sem sinais de cobrança ou impaciência, talvez pela moléstia ainda sofrida. O homenzinho parece hipnotizado pelo besouro que ali passará rolando merda de cavalo e lá no fundo seu ego temia o que pudera por sair de sua boca no fim dessa prosa.
Entediados bela moça troca uns passos, Passado se agacha aos gemidos e Dona Maroca canta um canto melancólico que satiriza aquela prosa de maneira pueril.
- Oseis sabe que na minha casa tem quem canta, tem quem dança e também quem me espanta, lá lá lá, tem que me espanta!
Convicto de ter por fim encontrado uma melhor resposta, o homenzinho inquieto agora desencanta o mistério e de olhos aos olhos da bela moça, dispara de todas a maior de suas mentiras durante toda sua historia com a moça
- Ciúmes. Ciúmes por que lá um dia, quando de surpresa queria alegra-la com uma visita, vi em seu semblante o quanto eras feliz ali. E escondido atrás uma palmeira chorei por lamento, pois sabia que comigo a felicidade que tinhas seria incomparável por mais prazerosa que fosse.
A bela moça inquietou-se e sem palavras foi salva por Dona Maroca, Passado revoltado pela mentira vai-se embora e sussurra em lamentos o peso que não descarregara.
- Eita, esta pronto o que tenho proseis. Mas de uma moléstia não eu tenho receita pra móde de oseis curar. Beba desse xarope im três veis por dia e noite até o ultimo gole.
Dona Maroca joga aos porcos em tom revoltado o que disseras, pois como curandeira não se deixa despercebida o entendimento daquela mentira disparada pelo homeninho.
- Obrigada que Deus lhe abençoe.
No caminho de volta o pobre homenzinho sem de nada em mente ter por falar aponta os dedos em direção a uma goiabeira cheia de frutos e sem receios a bela moça exclama em voz baixa, mais parecida em tom de tristeza sincera
- Não me lembro de palmeiras....
(Revisões em andamento...Obrigado pela Leitura, envie sugestões!)
Continua...paginas 15-16