Sombradão no Éden( duo com Di Amaral)

Na verdade esse conto é mais do Di Amaral que meu. Apenas dei uns palpites e escrevi pequenos trechos

O Sombra, após o almoço em seu sítio, saboreou a sua sobremesa de doce de leite com figos em calda e queijo, feitos alí mesmo, e, é claro, tomou o seu costumeiro cafezinho, saindo em seguida, com um palito à boca, para despistar o seu antigo vício do cigarro, que abandonara há alguns anos, mas que ainda lhe atormetava o desejo, e tomou o rumo do pequeno lago, onde, debaixo de uma frondosa mangueira, recostou-se, contemplando aquela bela paisagem ornada de flores e pássaros.

Com um olhar lânguido, acompanhava o lento deslizar dos patinhos que flutuavam na lâmina d'água.

Envolvido naquela calmaria, cochilava, descontraidamente, sendo tomado por uma forte ereção que lhe estufava o ziper de sua bermuda.

Desviando o amortecido olhar para a esquerda, via um cavalo que alí pastava, calmamente, com o seu membro a meio prumo.

Sombra, então, imaginou o que faria se tivesse um daquele tamanho e dormiu.

Um sonho logo lhe veio em socorro. Encontrava-se no paraíso, nu, era o próprio Adão, com uma tesão daquelas de encarar uma zebra. Mas, uma voz, proveniente das folhaagens da mangueira dizia-lhe: - Olhe ali atrás daquela grande pedra, seu bobo, onde vos proibiram de ir, seu besta, e não quereis mais saber de zebras, cabras, porcas e até gibóias para afogar o vosso ganso. Que vergonha, não perdoais nem c....de cobra!

Ah, a Pedra! Uma rocha que adentrava um pouco o lago era o marco da obediência.

O Sombra, quer dizer Sombradão, ouvindo aquela que lhe atentava, logo perguntou: - Quem sois vós que me falais na minha língua? Quando esta respondeu: - Sou aquela que sabe de tudo, seu lambão bestial e quero ajudar-vos a sair desta vidinha que levais, cheia de hábitos solitários. Logo vós que possuís um membro do tamanho de um cavalo! Vái lá, vái e verás! Vossa vida será outra, eu garanto; e vós me agradecereis de joelhos.

Sombradão, então, perguntou novamente: - Mas quem sois vós, Oh, sabichona! E a voz respondeu: - Sabichona, não! Sábia. Você pode me chamar de tudo, menos disso, ainda que não tenha nada contra. Eu sou a colecionadora de trepadas, em número e variedades.

Já trepei em tudo aqui e qualquer hora saio no Guiness, mas por enquanto estou apenas no R.L. Meu nome não importa, mas todos que me conhecem jamais esquecem. Chamo-me Joana, seu gostoso!

A princípio, queriam que meu nome fosse Anã, em homenagem à pequena anã branca, uma estrela muito brilhante (que dizem quer quasar), que a nossa criadora Geovana pôs no céu quando disse - faça-se a luz! Mas, aí, eu logo protestei e disse Io anã? Nan nan nan nan! Que isto pode dar em piada de mau gosto. Anal até que topo! Mas acharam melhor Joana, que é uma forma sincopada de Io Anã, Nan nan nan nan! Do protesto. E por tal motivo, fui condenada a ficar por ai no trepa trepa. Vós mesmo já me perseguistes tempos atrás, mas eu fugi como uma louca da sua coisa que é quase da minha grossura. Agora vais lá, vais....Vós estáis perdendo o melhor da vida, vereis! Depois não me venha com reclamações dizendo que não avisei! - E desapareceu entre as folhagens.

O Sombradão, ficou com aquelas palavras martelando o seu pensamento e, enlouquecido, com um calor interno, começou a dialogar com o seu enrijecido e enorme membro que lhe suplicava fosse detrás da pedra. Aliás, este membro até hoje tem a mania de suplicar pelo de trás

Sombradão ficou com a pulga atrás da orelha, com as palavras proferidas pela Joana, mas tinha medo de seguir os seus conselhos, preferindo ficar acomodado no seu canto.

Mas Joana, voltou à carga com tudo, trazendo um carregamento de maçãs, diretamente da árvore do conhecimento do bem e do mal, que ficava numa região muito propícia para o cultivo de maçãs. Geovana já tinha proibido com todas as letras o consumo daquela fruta, colocando um milhão de medos em Sombradão, mas, tudo isso, porque ela queria que lhe sobrasse mais daquela fruta maravilhosa.

Mas, Joana, rebelde como era, contratou os serviços de uns boias frias da região, que estavam sem serviço na ocasião, e, esgotou a tal árvore, a ponto de deixar a Geovana puta da vida, coisa rarissíma de acontecer.

Sombradão, depois que provou aquela fruta, só queria saber de comer a tal maçã.

Foi aí que Joana, rodou a baiana, como se dizia naqueles tempos, pois Sombradão já não se interessava mais pelas sacanagens que ela adorava...

Do lado de lá da Pedra, a Eva Me Leva lixava as unhas, sonhando transar com um ser da sua espécie, já que não aguentava mais a fedentina dos macacos, lobos, ursos e o que mais já havia aguentado, sob a permanente influência da sua amiga e conselheira sexual que era nada mais, nada menos que quem, quem, quem? Já sabem.

Eva Me Leva suspirava que suspirava, imaginando o seu, diziam, Homem, pedindo à Geovana em oração que atendesse àquele seu imenso desejo.

Sombradão, por sua vez, trepou na macieira toda e chupou, lambeu, mordeu e comeu tantas frutas o quanto pode, o que lhe custou uma intoxicação danada, pois em cada uma delas a Joana instilara o seu doce veneno. Não deu outra, Sombradão teve um febrão e, em transe febril, dobrou o proibido caminho da Pedra. Trôpego, deambulou até o colo daquele animal que lhe era semelhante e apagou ao seu lado. Eva Me leva, estupefata, olhou para o céu, agradeceu à Geovana e começou a examinar aquele novo ser, centímetro por centímetro, encantada! Examinou seus lábios, seus dedos, suas nádegas, enfiou o dedo nele e por último encontrou o que procurava: A diferença. Nossa! Maior que o do gorilão! Chupou seus testículos, pensando ser alguma fruta que lhe parecia com o jenipapo, mas percebeu que havia caroço, desistindo, para felicidade do desmaiado,de tentar arrancá-lo. Em seguida, pegou o imenso, ainda que mole, membro do Sombradão , bateu-lhe várias vezes na palma da mão, como se fosse uma espiga que se queria debulhar o milho, e não é que debulhou? Mas Sombradão, nada. Como a noite já caia, Eva Me Leva, sentindo frio, cobriu-se com o corpo do Sombradão, colocando-o entre as pernas, com o bumbum pra cima.

Um anjo, então, chamado Aimberê (rsrsrs) , que significa, aquele que ninguém dobra, e que era um dos responsáveis pela ronda do Éden, viu aquela cena e foi voando informar à Geovana. Esta, já não tendo mais nada pra criar e entediada, ordenou: - vái lá, meu indobrável, examina direitinho o que estão fazendo um sobre o outro e tome as providências de sua competência.

O obediente Anjo, retornou até o local e estando muito escuro, acendeu uma vela, e aproximou-se devagarzinho dos dois, que ali dormiam o sono dos deuses. Ao examinar se havia alguma penetração, um pingo de vela caiu exatamente no ânus do Sombradão, que num empurrão reflexo enterrou seu membro, que encontrava -se naturalmente teso, na fenda da Eva Me Leva, tendo ambos gostado muito e não parado mais de fazer aquilo, com ou sem velas, até o final de suas vidas.

Aimberê, que não era besta, pois também dava suas cacetadas no Grande Poleirão, manteve absoluto segredo, sendo ele o causador daquele ato original entre dois seres humanos.

Mas o tempo passava e a Eva Me Leva não dava sossego para o Sombradão.

- Benhê, cadê seu Folhão de Crédito, vou às compras!

- Benhê, cê me ama muito? Jura que não tem outra?

- Benhê, me dá isso, me dá aquilo, olha, leva o Im pra escola, eu tô achando esse menino tão estranho.... O Bel não é assim, é bonzinho, pois não fica torcendo o pescoço e fazendo sacanagem com os bichinhos.

Chegou um momento em que Sombradão não aguentou e foi contar tudo pra Geovana, pensando que esta iria livrar-lhe daquela brabeza, já de olho numa nova macaca que frequentava o pedaço. Mas Geovana ficou irada e chamando o Anjo Di sei lá de que, entregou-lhe uma espada de fogo e mandou que expulsasse aquela gente do Éden. Envergonhados, Sombradão e Eva Me Leva, partiram em retirada, de mãos abanando, apenas com uma folha de parreira cobrindo-lhes as vergonhas, enquanto Joana, que perdera os membros, seguia-os, soltando gargalhadas pelas cócegas que sentia ao esfregar a barriga no chão para locomover-se.

O Anjo Aimberê foi rebaixado à classe dos vergados e condenado a examinar as bocas de todos os humanos, tendo que curvar-se sempre que fazia isso.

Exaustos de caminhar, Sombradão ouviu ecoar um longo grito: - Benheeeeeê! Acompanhado de uma cacetada na cabeça, acordando assustado, mas aliviado, com uma manga madura sobre o peito e a esposa a repetir lá da casa, Benhê, Benhê, tem uma serpente aqui na varanda!

Um agradável vento, que anunciava o final da tarde, soprava a mangueira, fazendo despencar uma e outra manga amadurecida. Sombra, com a que lhe caíra à cabeça e peito, ao sentir o seu delicioso cheiro, levou-a à boca, desistindo repentina e pensativamente de mordê-la, jogando-a no chão.

Nesse ponto dessa história que parece mentira, mas que é a mais pura verdade, abro um parênteses, para contar um pouco da história da serpente, coitada, que ficou muito mal, num conflito de dupla personalidade, que a jogou numa profunda depressão, por causa do seu nome: Ser Pente.

Ela, coitada, já não sabia se era uma cobra ou um pente, que, por sinal, um daqueles macacões que já estavam se transformando em homens das cavernas, muito amigo de Sombradão, inventara, de tanto raspar um osso nas costas de um crocodilo anão, que andava por aquelas bandas.

A cobra muito vaidosa, dentro de suas escamas, desejou muito ser pente, entrando assim, num estado, que, naquele tempo, chamava-se de dupla personalidade, hoje conhecido como distúrbio bipolar.

A depressão foi tão grande que ninguém mais aguentava a coitada, sendo por isso, alijada definitivamente do convívio com os seres humanos ou quase humanos.

O macacão que inventou o pente, montou logo em seguida um salão de cabelereiros, ficando multimilionário, tal era a quantidade de cabelos desgrenhados que era obrigado a pentear todos os dias. Cobrava uma nota, o safado.

As mulheres então, Eva Me Leva, Joana, Geovana, enfim, todas que circulavam por ali, eram assíduas nesse salão.

Foi justamente nessa ocasião que inventaram a tal da fofoca, e a primeira vítima foi um tal de Di Amaral, pois começaram a dizer coisas assombrosas a respeito de suas paixões, quase todas platônicas.

Joana, então, não se conformava com aquilo, pois desejava ardentemente dar um malho no tal do Di, que por sua vez se esquivava como podia...rsrsr

> Pra quem gostou aguarde o próximo capítulo. Quem não gostou mande sugestões

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 16/10/2008
Reeditado em 18/10/2008
Código do texto: T1230950
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