Êta pau

Grita uma velha preta de bigodes sobre a menina que ja num é virge

Corre o gato manco dum miado grunhido de quem tá com chiclete na boca

Desfila um muleque jeca que anda como quem se criou no lambo dum cavalo torto

Sussurra a rapariga que só dá pra quem não tem medo de comê farinha de garfo

Reza o capeta encurvado na pedra do pau d'alho que dá pra encosta do espigão

Se contorce o ferro da cadeira que sustenta a mosca grudada nela com chiclete

Ri o mendigo se deliciando no bacalhau ao azeite da portuguesa velha de bigodes

Late o cão, são: êta pau!