Zarabatana

Gostava muito de fazer aqueles canudos para assoprar canudinhos de papel em enxames de vespas. O "enchú" (síncope de enxame) ficava todo espetado e as vespas alvoroçadas. Era uma diversão.

Mas aqueles canudinhos como setas de papel, com espinho de "Cama-de-Noiva" na ponta, para bunda de moleque chato como aquele da vizinha, eram uma especialidade para momentos importantes...

Existia também uma outra espécie de arbusto, que ferido vertia um leite branco semelhante ao látex da seringueira para fazer borracha, ao qual chamávamos “leiteira”, muito usada em cercas de separação de propriedades, cujos espinhos eram tipo agulhas, negros, longos e muito doloridos. Eram os melhores.

Assim, detrás de uma moita, escondido... Era assoprar com força a longa zarabatana, escutar o grito do moleque chato e fugir sorrateiramente, aparecendo depois, dissimulado, como se nada tivesse ocorrido.

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 05/01/2009
Reeditado em 11/04/2009
Código do texto: T1368915
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