Quando uma cor numa noite de abril

Naquela noite eu estava me sentindo angustiada e liguei pra ele perguntando se estava em casa. Respondeu que sim e eu avisei que iria lá pra conversar.

No caminho eu jurei a mim mesma que, se ele fosse me receber de verde, eu não pensaria duas vezes antes de lhe dar um beijo intensamente romântico e sincero.

Parei no meio do caminho. Pensei em voltar. Decidi parar de pensar e prossegui a trajetória planejando fatos.

Cheguei. Toquei a campainha. Vi aqueles lindos olhos me observarem antes de abrir a porta e confesso que naquela fração de segundo rezei para que sua camisa fosse verde e, ao mesmo tempo, para que fosse de outra cor.

Sentimentos misturavam-se naquele curtíssimo espaço de tempo que se transformava em uma eternidade.

Abriu a porta. Estava de branco. Parecia um anjo, mas não estava de verde.

Porém, olhou-me de um jeito diferente. Havia um brilho em seu olhar. Ele me abraçou forte e me deu o melhor beijo que havia recebido em toda a minha vida. Me abraçou mais uma vez e sussurrou em meu ouvido:

_Te amo.

Fiz uma cara de assustada e ele me disse que, enquanto esperava minha chegada, jurou a si mesmo que se eu fosse de amarelo, se deixaria levar por seus sentimentos.

_Mas eu estou de branco. – respondi.

_Eu nunca acreditei muito em sorte, mas sempre segui as ordens do meu coração. – pausou por um momento e prosseguiu. – O fato de você não ter vindo de amarelo não pôde tirar de mim o que eu sinto por você. Eu não me perdoaria se deixasse essa oportunidade passar.

Obs.:O título desse texto foi dado pelo meu querido mestre Ângelo Bruno.

natachajulio
Enviado por natachajulio em 14/04/2006
Reeditado em 11/11/2006
Código do texto: T139186