Um beijo sem desejo

          Existia uma disputa entre todos os garotos, todos muito jovens. Muito jovens  mesmo para qualquer coisa, até mesmo namorar. Entretanto quais dos garotos que gostaria de ser o ultimo, quem teria o desprazer de estar no fim da fila de abraçar e beijar.
          Estávamos sentados a beira da fogueira quando um amigo mais afoito passou de mãos dadas com uma menina, “de mãos dadas”, anarquista, descontrolado, mas o que mais chamava a atenção não era ele, era ela, a mais bela e querida.
          No bairro existiam várias meninas até mais belas, mas a partir daquele dia era ela a cobiçada de todos nós. Sabíamos que ele não ficaria mais de uma semana com ela, pois no fim de semana seria o campeonato de futebol e ela era pegajosa, manhosa.
           Chegando o dia do campeonato ele, como todos sabiam, deixou-a, terminou, largou.
          Como ela era bonita, em toda a sua plenitude de 12 anos, dourada. Para alcançar a praça principal, nosso local de encontros, local de encontro de toda a turma; existia a necessidade de se subir uma escada. Quando ela subia a escada, nós não sabíamos se ficávamos em baixo para olhá-la subir e atiçar nossos hormônios ou se a olhávamos de cima da escada, quando ela subia, linda e formosa a atiçar os nossos corações. Só sei que naquela noite eu a aguardava enquanto o meu amigo jogava futebol, à noite eu a seduzi, apertei, e lhe, roubei um longo beijo, em uma noite fria eu a aqueci.
          No outro dia eu tive o prazer de contar para todos, inclusive ao meu amigo jogador de futebol, que riu e perguntou:
          - beijou? Rapidamente outro amigo me perguntou – posso chegar, eu rapidamente falei – demorou. Entre elas também teve perguntas e ela respondeu.

          - Nem sabe beijar.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 15/05/2009
Reeditado em 30/12/2009
Código do texto: T1594950
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