Aceitando a morte

Aceitando a morte...

O velho adorava seus dois filhos, varões, um era chamado de Ben e o outro Mao, todas as tardes o velho depois de ter ensinado aos lavradores no campo voltava e repetia seus ensinamentos aos dois filhos, a velha senhora olhava-os com admiração, vendo-os atenciosos ao pai, e ela na labuta dos afazeres da casa, apenas ouvia-os.

Certa manhã o menino Ben disse à mãe que estava cansado, que ficaria na cama já que naquele dia a febre lhe atacara, mudaram-se as roupas de cama e ele ficou lá postado, sem fazer o que mais sabe fazer o bem, tratava a todos com educação, com mesmice e afagos, diziam-no ser a encarnação do próprio bem por isso se chamava Bem.

Ao mesmo tempo o menino Mao comentou a mesma coisa com a mãe, sabia ele que não faria falta sua maneira estúpida, seu linguajar vulgar e o mau trato aos animais. Deus uma cusparada no chão que ela acabara de passar o pano e sorriu com seus dentes apodrecidos.

Não se demorou e o filho Ben chamou-a e lhe disse para que o socorresse, sentia ser o seu último momento e queria ver as flores que plantara. E faleceu ao ser levado ao jardim. O outro queria sair e ver a cara do irmão ao perceber que na noite anterior arrancara pétala por pétala das flores daquele rico e lindo jardim.

Assim morreram, Ben e Mao, juntos, lado-a-lado.