OSWALDO BARBOSA, ou simplemente VADÚ, um artista correntinense de profissão eletricista, servidor federal da Codevasf, também com passagens pelo teatro, fotografia e pintura, sendo esta ultima atiidades lhe revelada após sua aposentadoria das atividades anteriores, quando os filhos e netos já assumiam o pequeno studio fotografico e o teatro em Correntina não passava de uma lembrança distante, sobrevivendo desse período os jovens atores que na ocasião contracenaram com Ele, Claudionou Rocha, o  gênio Raimundo Martins da Costa - Iozinho, Clarice Santos, Miriam Lopes, essas duas últimas ainda nos dá o prazer da graça de sua presença. 

 

Foi numa festta de São João que Vadú se imortalizou, pelo menos na minha e em algumas outras memórias, quando fez uma homenagem a chegada do homem a LUA. (20/07/1969). No ano seguinte o feito ainda comentado por todo o mundo, tivera de Vadú uma homenagem de ilustrar, esse fato que marcou a humanidade. O ano era 1970, outro fato chamava atenção de todos os brasileiros, a Copa do mundo de futevol, quando o Brasil sagrou-se tricampeões mundial . Apesar de toda paixão dos brasileiros pelo futebol. Em 21 de junho o Brasil já havia derrotado a Italia por 4 x 1, a euforia era total, as ruas tomadas de arvoredos e fogueiras, musicas juninas e quadrilhas, tomidas tipicas e Vadú desafia todo esse cenário e uma réplica da Apolo 11, chamando atenção de todos que passavam por sua porta, para aquele geringonça que por vezes era exposta na porta da rua. Uma mistura de ferragem, barriguda que tomado forma, fora fixada no cenario, um mastro de São João, para ser revelado o que aconteceria, no dia e hora marcados. 


Ali ficou por alguns dias aquela geringonça coberta em papel aluminio que se constratava com outras cores, ambas brinlhando a luz do sol, da lua e da rua.   . 

Falar do Foguete de Vadú é querer descrever o indescritível ! Obrigatoriamente passamos pelas noites de São João, que apartir daquele ano, (1970)  ficava na história como um fato memorável. A rua onde morava Vadú, Gregório Matos, então era conhecida mais popularmente como Rua da Fusaca, além d força expressiva do nome, a tradição de ser uma rua onde geralmente começa-se uma briga, sem saber onde a mesma iria findar. Por vezes na propria emidiação da rua, noutras lá do outro lado da cidade. Ainda mais em tempos de são joao, pavios aceso por todo lado, bombas, foguetes, era o cenario propício para uma explosão. 

 

Correntina era uma floresta de arvoredos ornamentados por toda cidade, sõ na rua da fusada os tradicionais arvores de Seo Quinca Urso, Zé do Veio, Seo Avelino, Lino do Boi, Os Dourados, já era atração por demais suficiente para fazer fervilhar as ruas de gente  feliz da vida, indo e vindo, de ouvidos de pé, para ouvir de onde vinha o som de uma sanfona chorando de emoção, querendo afatos de barrigas e braços se atracando e rodopiando no meio do salão. 

 

Recordarmos dos arvoredos da rua da Fusaca, da Varginha,  rua de Pedro Guarda,  João e Zé Binga, Otaviano Cego, Véio Moacir, Odilon e Benigno. Do outro lado da cidade, na porta de Belisco da Barragem, a alegria das famílias reunidas... Os filhos de Arnaldo Ferreira, Argemiro e Professora Dozinha! sonhando como se eterno fosse o tempo e  sonhos pueris. Momentos que se e perpetuaram entre meninos e meninas brincando na porta de casa, soltando bombinhas,traques, tremulando bandeirolas. Agente era de fato feliz e não sabia o quanto...

 

Gritos e alaridos ecoavam pelas ruas, quando um balão colorido surgia no céu iluminado; parece que nossos sonhos subiam e sumiam com eles, deixando apenas a visão colorida e uma grande interrogação de onde seria a "garoa" onde dizia a velha canção que os balões sempre caiam no mesmo lugar.

                    O balão vai subindo

                     Vai cair na garoa

                    O céu é tão lindo e a noite tão boa

                    São João, São João

                    acende a fogueira no meu coração

 

E o balão subir e ia devagar até se perder no  horizonte, lá pelos lado da estrema do velho Dio ou por trás do velho educandário. ..  mal sabiamos que aquele sonho, trazia em sí tantos pesadelos as matas do cerrado...Danças de quadrilhas com hora marcada no Cine Teatro Ítala, forrobodós espalhados pelas periferias da cidade, toda em festa; ruas iluminada pelas chamas das fogueiras ardentes, onde se assava batata doce e jogava-se bomba cabeça de nego, prá vê as brasas voando na explosão...

Era uma São João cheio de tradições, encantos. Correntina era um pavio acesso e a rota certa da felicidade, do qual ninguém pensava tomar desvio. Casa casa era uma saudação, um convite para adentrar e compartilhar aperitivos, comidas tipicas, quando não era ao redor da fogueira, ao calor das chamas, toda aquela expressão de felicidade a derramar de cada coração.

O Cine Teatro Ítala continuava sendo a casa de espetáculos edificada pela Sociedade de Dramatologia de Correntina, nos anos 40,  sob a administração de Oswaldo passou a ser conhecida como Cine Teatro itala, em homenagem a sua filha mais velha. Era e hoje "foi",  a única casa de cultura de nossa história; herdada das velhas gerações. Alí se estampava o exagero dos moços da cidade, ao se trajarem de "brejeiros". Não sei de onde os moços e moças da cidade tiraram seus modelitos caipiras com tantos remendos nas vestimentas,  se na vida real não era comum encontrar um brejeiro com tantos remendos, muito pelo contrário. Nos dias de sábado eles aparecem, atém hoje, na cidade, todos impecáveis e com água de cheiro forte, que deixam o rastro de loção e colonia de cheiro por onde passavam. Tinha-se lá uma acentuada tendencias a maquiagem carregada e ao perfume exagerado, com os homens fazendo minar brilhantina dos cabelos; mas aquilo era melhor que cheiro de suor ou cachaça.

Tudo isso virou cultura junina, sem os exagerados trajes e fatura de comidas tipicas, o São João não era festa juninha, em nenhum lugar do Brasil.  Era um clima alegre, hoje traduzidos como tons da nostalgia e saudade... por não ter mais os detalhes hábitos e movimentos que originalizava as festas de São João.

Por quê acabou-se tão alegres momentos? Festas que poderiam perdurar até os dias de hoje, não fosse a falta de incentivos e o descaso dos tantos desgovernos, que voltando-se para o novo, despresou as tradições e nos fez hoje um povo sem memória, sem a identidade típica que nos caracterizou um só povo, uma só familia correntinense. O resultado deste descato está hoje na juventude, vazia e orfã de referenciais, que passaram a levar a vida na banalidade da era, que envolve a  música, o laser e o sexo.

Muitas famílias passaram a viver do ócio dos programas assistenciais e a buscar nos programas de televisão, a lembrança da tradição da qual eramos parte do cenário e não apenas expectadores de uma história que passou. A televisão chegou em Correntina na década e isto era inevitável,  porém os governantes não podia desamparar as lideranças artisticas que puxavam os movimentos, acendiam a chama das tradições; com isso foi-se apagando as chamas de personalidades como Raimundo Martins da Costa, Iozinho, Ameria de Araújo Santos, Helvécio Cruz Rocha, Claudionor Rocha, Clarice Santos e tantos outros que se apagaram no percurso da historia., para introduzir os novos costumes; acabou com a emoção das rádionovelas, o futebol ouvidos no rádio; todo mundo queria vê artistas cantando no programa de Chacrinha, as telenovelas tirou os costumeiros passeios noturnos no jardim da praça, ninguém mais sentava na porta da rua, mas na sala, diante da TV.

O progresso é um caminho sem volta, o que não poderiamos era esquecer as tradições, sob o risco de condenar  nossos jovens a desconhecer sua própria história.

Até os dramas (teatro) principal atividade cultural até a década de 70, acabou, nos deixando na memoria  grandes atores, como Iôzinho, João Guerra, Canô, Clarrice Santos, Mirian Araújo, Claudim de Mário, irmão de Vadú e o próprio ; Para consumar essa desgraça cultural, o prefeito Almir Bispo dos Santos, vendeu ou cedeu, o espaço do Cine Teatro Ítala, para o Banco do Nordeste, que demoliu o templo sagrado da sociedade correntinense e até hoje, nada, por nenhum governante, foi feito para resgatar a historia desse  povo, hoje sem nome, sem passado, sem historia.

A escola e as lideranças políticas não tiveram imaginação de bem aproveitar o momento em que tudo se fazia novo e hoje, está aí, evidenciado as conseqüências. Os jovens mal sabem de suas origem; os nossos movimentos culturais correntinense, como terno das Pastorinhas, o Boi-de-Lino, as quadrilhas de São João, os bailes de gala com orquestras maravilhosas; cavalhadas, arvoredos... tudo acabou! mais um pouco, nem saudade vai ter quem sinta, pois também nós, testemunhas de tudo que foi, estamos dando lugar as novas gerações e seus movimentos culturais deprimentes, repletos de banalidades da era do pocotó.
...
Esta é uma das fortes razões que faço publico minhas memorias, contando o pouco da história que eu vivi, para que nem tudo caia no mar do esquecimento.

O Foguete de Vadú foi a replica de um momento na história da humanidade, revivida quando o homem pela primeira vez pisou em solo lunar. Em um ato de homenagem Oswaldo Barbosa, Vadú de Mário de Caboclo, eletricista, fotografo, ator da companhia de teatro de Correntina, revive naquela festa junina de 1970, o tão celbrado feito dos astronautas americanos.  Vadu um inquieto jovem, desde os tempos de menino, naquele São João, entraria para a história de nossas lembranças, ao fazer acontecer um show pirotécnico, encenado na Rua da Fusaca, em comemoração ao primeiro ano, da chegada do homem a lua,  em 20 de julho de 1969. O mundo ainda olhava para o céu, “pirado da cuca” com o que se dizia no rádio e nas privilegiadas cidades onde tinha rede de televisão, em preto e branco. - O Homem enfim chegava a lua, na borda do foquete Apolo 11, exatanebte às 16h17min minutos de Brasília, Neil Armstrong era visto e ouvido por milhões de pessoas no mundo.

Caminhava na superfície da lua e nos disse com certeza de que "a terra é azul", predomina a cor do céu e do mar. Não importa a opinião de algumas ideologias religiosas em não aceitar aquele acontecimento; o certo é que aquele feito foi um marco na história da humanidade, o homem definitivamente entrava na “Era da Tecnologia Espacial”, que trouxe milhares de descobertas científicas para facilitar a vida humana.


Vadú certamente era um dos que piamente acreditava na evolução da humanidade e em homenagem a conquista da lua; um ano depois deste feito, em Correntina, reproduz as réplicas do foguete Apolo 11 e da lua, copiados de uma velha revista Manchete, guardada com muito carinho. O foguete Apolo 11 e a lua foram  esculpidos em barriguda e revestidos em papel alumínio e aos olhos dos que passavam em frente a sua casa, na rua da Fusaca, até hoje no mesmo lugar de antes, ele trabalhava fazendo os acabamentos de sua aeronave e do satélite natural da terra. Os meninos não tinham outra alegria, senão assentarem no chão e ficar um confabulando com o outro,  a respeito dos fatos; outros incomodavam Vadú querendo saber o que era aquilo e o que ele iria fazer.
- Na hora certa vocês verão! 
- Senta aqui cara!

   não fica perguntando, não sabe que o foguete vai explodir

    quando atingir a lua !

Até hoje o nosso artista, ator, fotografo, eletricista, escultor, Vadú,  mora no mesmo lugar onde montou um comercio de Cine & Fotos,  onde dois dos quatro filhos, abraçaram a profissão, com apoio das noras.

Os planos estavam todos traçados e quem vivesse, veria no dia determinado, que seu foguete voar por sobre um arame esticado, da esquina do Posto de Saúde, até a porta do velho Caboclo, seu avô-pai, com quem morava.  O velho Mário seu pai, havia contraído outro matrimonio e do primeiro casamento tivera quatro filhos homens, pelo que sei, Vadú, Nô um técnico em eletrônica que montou a primeira radio clandestina de Correntina,  um outro que não sei o nome, por ter vivido fora de Correntina muitos anos e ao voltar juntou-se com a Nega Nana e Zé de Caboclo, o fotogrfo que populariou as fotos de monoclo nos anos 70. 

Em seu segundo casamento o Velho Mário de Caboclo teve mais cinco filho,  Dai, Claudio, Peneu, Mazinho e Barbozinha, todos velhos amigos.Quando meus pais mudaram para Santa Maria da Vitória, fui acolhido pelo Dalton, (Dai) no Bar, Sorveteria e Boate Santa Clara, com Claudio fiz parceria no teatro, com Peneu fui rival  com hora marcada para uma briga que nunca aconteceu com mazinho fui adversário nos gramados da cidade e Barbozinha foi colega de ginasio e diante de tanta identificação, acabei sendo hospede da familia quando vinha passar os fins de semana em Correntina, onde havia deixado uma paixão rôxa, que se chamava Rôxa de Josmira...

A idéia de Vadú era fixar o foquete e a lua nos extremos de um cabo de arame, partindo do 0 Cm do chão e chegando a uns 10 a 12 metros de altura, começando da esquina do SESP até a porta de sua casa, numa distancia de 200 metros de extensão ou um pouco mais, talvez.. O encontro da espaçonave com a lua provocaria a big explosão, com busca-pés voando para todos e lados, bombas pipocando iriam colorir a escuridão da noite, pois no exato momento, as luzes da ruas seriam apagadas, para assim dar mais efeito visual ao show pirotécnico.

Misturou-se ao fato a alegria do São João o entusiasmo da Copa do Mundo, quando as feras do João Saldanha, mais tarde comandadas pelo Lôbo Zagalo, conquistaria o título de tricampeões do mundo, no Mexico, em 1970. Tudo era motivo de festa, embora os militares e sua vil ditadura, promovesse horrores, enquanto o povo delirava em alegria pelas ruas, se gabando pelo trí campenonato mundial, sem saber dos tantos heróis que padeciam sob os cascos macabros da repressão militar.

Seo Aristides, ou mais comum, Belisco da Barragem, colega de trabalho de Vadú, era um exímio fabricante de busca-pés e foi o responsável para exatidão com que os mesmos teriam que funcionar, com equilíbrio e direção. Busca-pé de Belisco não fugia da rota planejada; quando era para seguir em frente o mesmo parecia mesmo um foguete em disparada velocidade em linha reta;  quando era para rodopia o canudo de polvora soltava fogo em zig zag ou rodopiando  em circulos a se embaraçar entre as pernas dos moleques que  arriscavam se arriscavam se expor diante deles. , 

Por quase 24 horas o cenário ficou montado no coração da rua da fusaca. A cidade quase que em peso estava lá, reunida, para assistir os poucos segundos de um show que se eternizaria no coração de um menino observador que havia acompanhado de perto cada instante, da montagem do cenario; como não podia faltar música junina, da porta de Seo Hermenegildo Bispo, Pai de Almir, Hermes e Aldemiro; estava Nonato de Chico Fartura, puxando o vibrante fole de sua acordeom de 80 baixos, acompanhado de zabumba e triangulo. O Palco estava pronto, o público já se manifestava impacienciente  escolhendo os melhores lugares para assitir o histórico acontecimento.

Vadú, tomado de emoção e surpresa, com a quantidade de pessoas na rua; não se continha de alegria e surpresa e justificava a um e a outro que não esperava o fim da missa em celebração na Matriz Nossa Senhora da Conceião,  para dar inicio ao show. Não esperava que uma simples brincadeira de passa-tempo, chamasse tanta atenção de toda cidade.  Obviamente aquele povaréu discordava de seu pensamento e aplaudiam sua genialidade.

De quando em vez um balão roubava a cena, passava lentamente rumo a Estrema, onde todos os sonhos, parece que dormiam até o São João do ano seguinte. Tudo pronto . As portas das casas, de Ana de Tão, Delegado Jayme Moreira, Lino Cheiroso, Maria Nova, Estácio e daí pra cima e pra baixo, pareciam arquibancadas coloridas, onde a torcida se manifestava ansiosa que Vadú acendesse o pavio dos buscapés  presos em volta da Apolo 11, que engenhocamente era preso ao grande arame que subia... subia... até atingar a grande  lua, fixada no mastro de frente a casa do Velho Caboclo, hoje casa de Vadú. 

O velho Caboclo, risonho e criativo, continuava a exibir-se, orgulhoso de seu neto, Vadú em meio a multidão. Para o velho índio, seu neto era um inventor, que de certa forma havia herdado algumas de suas qualidades mágicas de atrair a atenção de populares. Vadú se divertia com tudo aquilo e com a descontração do velho Caboclo, alegre feito menino no meio da multidão; apresentando seus truques de mágicas. Ele cortava um cigarro acesso ao meio, dava umas boas baforadas de fumaça, para garantir que o mesmo não apagaria e em meio a um ritual com as mãos, cabeça, sem tocar na grande “baga” de cigarro, a engolia acesa, diante dos olhos atônitos de todos: -oh!... Ah...! Em seguida abria sua bocarra e a expunha para vistoria de quem habilitasse. Bebia algo, de preferência refrigerante e novamente começava o ritual de ruminar a baga de cigarro, ainda acesa... em outro numero de magia o velho indio desabotoava a camisa, batia na abdome, deslocando-o para cima e para baixo, tamanho era seu controle com os músculos abdominais e num descuido da plateia, ele tirava a ponta do cigarro,  das orelha do mais próximo, quando não a trazia de volta aos lábios, sem usar das mãos, oh ! ah ! (aplausos para o Velho Caboclo) Gritos... aplausos... no meio da multidão... Os mesmos numeros eram repetidos com cartas de baralho, com o qual tinha diversas opções de diversão, como escolher uma carta em meio ao baralho e depois de recoloca-la no maço, espalhava as cartas numa mesa, de costas,  e mandava a pessoa que escolhera a carta virar uma determina carta e era aquela a carta escolhida...

Finalmente acabou a missa e lá vem o povo em procissão, carregando no andor a curiosidade da hora que em pouco haveria de  acontecer. Tudo melimetricamente calculado, chegou o momento de acender o pavio do foguete. Mais uma vez Vadú, olha aquela multidão e  duvida do que vê;  lhe veio uma ruga de preocupação se algo desse errado... Seo Mário percebeu um breve instante de preocupação de Vadú e tomou-lhe pela mão a disser:
- Vamos lá! o que acontecer, faz parte do show!

Lino Cheiroso, o pequeno empresário exportador de banha de porco e Nêgo Silva, famoso pela forma impecável com que se vestiam e se perfumavam, deixando no cabeço o brilho da brilhantina, foram para a plataforma base do foguete, no terno branco por completo, com risos mais alvo que a neve e sem preocupação com gastos, liberavam foquetes morteiros a todo instante. Todas as portas das ruas estavam tomadas de gente e  Vadú com seu pai, Mário de Caboclo de posse de uma velha binga,  começa a dar umas polegadas .. uma... duas e a velha binga cospe a chama... pronto! O pavio foi acesso...

Os busca-pés instalados emvolta do foguete soltaram as primeiras mechas de fogo... gritos ecoaram por todos os lados...  e como se fossem turbinas impulsionando a réplica do foguete Apolo 11, preso ao arame esticado em linha reta, o foquete dispara, o revestimento de aluminio  iluminado pelas chamas mostra a espaçonave centimetro por centimentos, correndo fumegante por sobre o arame, sem se desviar ou rodopiar em volta do arame,  seguia em linha reta a reluzi  na rua  escura e o foquete,  pois para melhor adequar o cenário, as luzes foram apagadas e o espetáculo foi mais e mais vibrante, a sacudir e vibrar o publico...

Quatro a cinco busca-pés em chama, a visão era nítida e o foguete em fração de segundos, preso ao arame, atinge a grande lua, presa ao mastro fincado na porta do velho Caboclo... Foi o foguete em linha reta, as vezes parecia querer subir, mas estava preso por todos os lados, só lhe restava seguir adiante e assim foi até a lua, onde colidiu de forma espetacular, causando diversas explosões...

- BBBUUUUUUMMMMM!!! Foi um grande clarão, seguido por dezenas, centenas de pipocos e gritos...

Fogos de artifício para todos os lados e pedaços de lua se espalharam pelo chão, explosões, gritos... sorrisos... uma só eufória tomocou conta da rua, numa muvuca entre os meninos e rapazes que chutavam os pedaços fumegantes da barrigudas como se fosse bola de fogo...

As luzes se acenderam e de pé os aplausos parecia não querer parar, quando uma voz na multidão se destaca...

- Viva Vadú ! Viva Vadú (e o povo respondia)
- Viva!!! Viva!!!
Era o velho índio Caboclo fazendo o desfecho final, como "deixa", para que Nonato de Chico Fatura e seu acordeon, continuasse aquecendo a noite fria de São João.
- Viva Correntina, Viva, VADÚ !

...

 

Em 2021 Oswaldo Barbosa, o ator, o fotografo, o exibir de filmes no cine Itala. o pintor que nos ultimos anos se revelou de forma extraordinária, nos disse adeus. Partira deixando varias história pra se contar. Deixou filhos, netos quiça, bisnetos, comovendo toda a cidade que se reverenciu em um belo cortejo, para dizer adeus...

 

FIM

(Seu comentário é o maior incentivo para o autor. Faça-o)

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 16/06/2009
Reeditado em 19/04/2022
Código do texto: T1651332
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.