O CAVALO DE PAPELÃO

O CAVALO DE PAPELÃO

Papai bom fazendeiro que era me dera um cavalo de papelão pintado de branco e preto, com rédeas e arreio de verdade.

Ele era fixado sobre uma prancheta vermelha. Só que não saia do lugar.

O meu cavalo lindo atraiu a garotada da vizinhança que vinham brincar comigo por causa do cavalo. Nessa época até o numero de amigos aumentara.

Meu xodó por ele foi tão grande que até nome tinha: PINTADO.

Naquela época não existia empregadas. Como papai era prefeito todo mundo dava as filhas e filhos para ele com minha querida e santa mãe batizar. Ela era professora primária muito rígida.

Como não havia empregada sempre tinha duas, se não três afilhadas para ajudar a minha mãe.

Bem, em um dia chuvoso eu exigia com toda minha petulância de primogênito mimado que umas das afilhadas colocassem o cavalo no jardim. Na hora do lanche eu apeei do PITADO e fui para cozinha.

Não é que nesse instante despencou uma chuva braba dessas de verão. Um verdadeiro toró de molhar bobo.

Ninguém lembrou, nem eu que meu lindo cavalinho era de papelão e ele ficou lá fora.

Quando acabou o temporal corri para o jardim para dar mais uma voltinha no meu cavalo.

Surpresa ele derretera com tanta água, desmanchou todo ficando somente as rédeas e o arreio junto com aquele monte de papelão derretido.

Chorei e como chorei. O meu sonho desaparecera com a chuvarada.

Meu pai assistindo aquele meu drama, como o brinquedo que só encontrava na capital para comprar outro, foi até a Loja do Tio Amarilho e comprou um cavalo de pau, com cara de cavalo e rodinha.

Logo logo eu esqueci do pintado, aquele novo cavalo era melhor não se impunha mais com ele eu podia correr solto para qualquer lugar...

Goiânia, 11 de dezembro de 2009.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 12/12/2009
Reeditado em 29/05/2011
Código do texto: T1973894
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