O CAROÇO DE MURICI

O CAROÇO DE MURICI

Guloso como sempre fora levei naquele dia dentro da lancheira algumas frutas de murici. Nem tinha malicia suficiente que o cheiro delas me denunciariam, mas antes de chegar à escola da dona Margarida eu fui chupando-as e jogando os caroços fora.

Quando cheguei restavam umas duas frutas. A professora pediu-me a caderno de caligrafia. É o dever de casa.

Tremendo de medo da palmatória da professora enquanto ela observava os cadernos de todos. Nesse ínterim chupei ainda os dois últimos muricis. Sem saber o destino dos caroços, enfiei um pelo buraco do nariz. Só que ao tentar tira-lo ele aprofunda deixando-me sem ar e inchando o nariz.

Foi ai então que a professora observou a minha agonia, chegando perto se inteirou do acidente:

- Quem fez isso?...

Apontei para o lugar do Dito Gonçalves...

Imediatamente ela me pegou pela mão e saiu correndo comigo para o consultório do médico, o Tio Gilberto.

Chegando lá ele com uma pinça conseguiu tirar o caroço.

A notícia esparrama-se pela pequena cidade e saindo do consultório minha mãe chegava com minha avó.

- Não foi nada grave, disse o médico...Pode até voltar para a escola.

Então a professora pegou-me pela mão e voltamos. Pude ainda observar quando íamos pela Rua do Picolé que a mãe do Dito dava-lhe alguns tapas...

Coitado...

Goiânia, 04 de janeiro de 2009.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 06/01/2010
Reeditado em 06/02/2011
Código do texto: T2013753
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.