O Lobisomem

Estávamos todos na sala, e trocávamos idéias sobre a próxima semana de trabalho, quando de repente surgiu o assunto que dia 22 de Agosto é dia do Folclore, e algumas pessoas começaram a lembrar da época da escola, quando estudávamos essa data.

Mas, lembrar disso justo hoje? Numa sexta-feira, 13?

Foi quando Ana, começou a contar....

"Eu me lembro bem, e não é mentira não, aconteceu comigo... Meu pai não gostava muito que visitássemos minha avó todas as noites, mas minha mãe não se importava com isso e, mesmo meu pai não gostando nós íamos. A estrada era escura, e em noite de lua cheia ficava bem clara, chegava ter sombra nas árvores, íamos a pé. Então naquela noite, voltando da casa da minha avó, minha mãe ia na frente, como se abrindo o caminho e, atrás dela, íamos eu e minha irmã, juntinhas, de braços dados... A lua nessa noite estava linda, bem grande e amarela, foi quando nós vimos, debaixo de uma árvore, a sombra dele... era um lobisomem, peludo, com as unhas bem grandes e sujas, lembro-me bem da sua fisionomia, eu olhei dentro dos seus olhos... fiquei toda arrepiada, e não conseguia me mexer, abraçada com a minha irmã, lembro que ela também não tinha nenhum movimento, queríamos gritar pela minha mãe, mas não saia som... quando mudei meu olhar a procura da minha mãe, e a vi, ali, também parada, estática, sem nenhuma reação... foi quando, então consegui gritar, e, o "bicho" deu um pulo tão alto e, foi parar não sei onde... saímos correndo... e, quando conseguimos finalmente chegar em casa, meu pai com uma cara de feliz disse que havia nos avisado que era perigoso ir a casa da minha avó todas as noites.

No dia seguinte, ficamos sabendo que meu pai tinha conversado com o Sr. Oliveira, e disse que era para nos dá um susto, só um susto, porque se acontecesse alguma coisa mais com alguma de nós três, meu pai o mataria com uma bala de prata. O Sr. Oliveira é vivo até hoje, e ele nos contava todas as vezes que se transformava, ele amanhecia cansado, machucado, e sem as roupas, dizia sempre, que havia corrido por sete cidades toda a noite, seus cotovelos sangravam, e sempre encontrávamos suas camisas amarradas no curral com sete nós. Coitado do Sr. Oliveira, mas, ele ficava feio demais, NUNCA mais vou esquecer aquele olhar dele transformado..."

Eu não conseguia tirar os olhos da minha colega, que contava com tanta realidade e temor sua história, contava como se estivesse voltado naquela situação, e, ainda prometeu que vai me levar pra conhecer o Sr. Oliveira assim que eu quiser, será que eu tenho coragem????

Fada Azul
Enviado por Fada Azul em 13/08/2010
Código do texto: T2436210
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