O Assassino de Insetos.


    Eu adoro matar insetos. ... Talvez porque, em algum lugar da minha mente, pode ser eu
adoro matar, ponto. Daí, como não posso matar senão insetos, mato-os com prazer. =)

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    ...Maldita mosca de Kafka!

    Ontem eu tava aqui, de boa, sentado, bem onde eu estou agora, de boa na lagoa, como dizem umas aí. Escrevendo, como de costume, um monte de estrume, pra poder ir dormir depois. Daí ocorreu que um ser (um sir), de aparência um tanto enigmática (já que seu real aspecto deve ser o AMPLIADO, e não o -OLHO-NU') começou a sobrevoar-me em espirais mofolentas, de maneira quase previsível (mas mesmo assim completamente aborrecedora.) Fê-lo por bastante tempo, tendo a chance de me irritar um bocadão no trajeto

    Daí tentei, inutilmente, escrever sobre aquilo enquanto a coisa ocorria. O pequeno demônio-alado não me permitiria, e fazia de tudo para conseguir frustrar meus esforços... Resolveu rodopiar mais baixo, zumbir mais alto... Bem baixo. Bem alto. Bem chato... Por fim, tudo aquilo me aborreceu ao máximo, despertando uma ponta cortante de ódio interno. Conseguiu arrancar-me da cadeira...! E então eu concluí que devia mesmo acabar com aquela vida de inseto bostífago e não-bem-vindo.

    Olhei, quase babando de ódio, ávido por uma arma do crime, por sobre a cama. Havia, dentre variadas coisas, uma camiseta verde com estampa. (A com uns macacos que eu mesmo mandei fabricar...) Arma perfeita, não poderia haver melhor.

   Esperei que o inseto parasse com aquela idiotice colossal e despropositada que marcava sua vida hebdomadária de inseto. Como previ, após dar-me uns "olezinhos" infames (sem se dar conta disso, claro) e bolinar a luz por uns 10 segundos, ele parou. Longe do lustre, mas ainda em seu túmulo invertido do teto. Me aproximei. Olhei. Fixei-me no ponto escuro em que consistia em meu alvo. Foquei um pouco o chi... (Sempre dá certo, mas eu estava com uma arma nova hoje.)  Foquei um pouco mais o chi... Pedi a Deus que conseguisse matar aquele monstrum horrendum de primeira... Só pra ter certeza... E Paf! Uma só.  E o silêncio imperou. E Deus sou eu. E Vietnã... E ponto.

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Cabeça de cu alada
Enviado por Cabeça de cu alada em 29/10/2010
Reeditado em 03/05/2011
Código do texto: T2585353
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