No ano de 1983,por volta dos meus quase 10 anos.
Estava no auge da matraquisse.
Tudo eu via,tudo eu comentava.Terrível!
Uma tarde lá na roça,encontrei Didica debaixo da goiabeira.
Disse que a madrinha Ester pediu que fosse pro quintal e só voltasse quando a chamasse.
Antes que ela continuasse já matei a charada.
_Então é hoje que sua mãe vai ter um bebê!
A menina,meio perdida,disse que nem sabia de onde vinham os bebês.
Sorri, me sentei e comecei a falar:
_Aquela barriga enorme que sua mãe carrega,é uma criança que cresceu a nove meses.
_Não é o avião,nem a cegonha que traz a gente.
_Se sua mãe tivesse na cidade,de certo o médico ia cortar a barriga dela e tirar o nenê.
_Mas como,não sei porque,não vai pro hospital,a madrinha faz o parto.
_Parto normal!
_Coitada da sua mãe,se eu fosse ela preferia ir pro hospital.
_Minha mãe já teve treze,acho que tudo no hospital.
A menina curiosa quis saber então se a madrinha ia cortar a barriga da mãe dela.
Antes que eu abrisse a boca vi quando a irmã mais velha já adulta,passou pra dentro com uma canecona de água fervendo e uma bola de sabão.
A moleca então falou:
_Será que é pra lavar o bebê?
_Iiiiiiii!sei não,vamos lá ver?
Então saímos pulando até a porta,onde fomos barradas.
Demos a volta e colamos o ouvido na parede.
Ouvimos gemidos e oração!
De repente um choro de criança.
Ouvimos então a madrinha.
_Louvado seja Nossa Senhora!
_É um menino!
Demos pulos de alegria.
E corremos pra frente da porta que ainda permanecia fechada.
Minutos depois saiu a madrinha carregando uma trouxa de roupas e disse que podíamos entrar.
Era lindo o menino."Luiz Antônio,"Irmão da Didica,nascido no ano de 1983,no mês de dezembro,não lembro o dia exato,
Por volta das 2 da tarde.
Nascido em casa.De parto natural.

Ana Maria Cristina
Enviado por Ana Maria Cristina em 21/01/2011
Reeditado em 21/01/2011
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