O MAQUINISTA

O MAQUINISTA!

Falou alegremente e emocionado.

Quem sou eu? Um pobre ser amante da vida e de vários amores.

Suas palavras de prender a atenção têm nobreza, autoridade e sabedoria.

"Quem sou eu pra ter os direitos sobre ela"? Falou com Ar de desabafo.

Maquinista que desliza seu trem com toda malandragem em busca de uma cabocla morena!

Dissertação de um poeta que quer falar toda poesia de uma só vez.

Não era aquela cabocla que eu desejava, mas está sendo com quem vivo até hoje! Outro desabafo.

Quem sou eu pra merecer sua ilustríssima, admirada e desejada visita?

Momento de dó, reciclagem e memórias.

Quem sou eu, um sertanejo de mãos calejadas resultante das pelejas de uma vida de conflitos, suor e sonhos.

Agora recordo e bate uma cruel saudade que abre um espaço pra pedir perdão e desculpas.

Até recebia um dinheirinho... Mas elas não confiavam mais em mim! Um boêmio, malandro. Lembranças passadas.

Enxugar as lágrimas com uma das às mãos e de novo voltar o sorrir.

Ou caboclo você entende? Pergunta que aguarda uma ansiosa resposta positiva.

Caba de peia, maestro, você é um eletro magnífico irmão que eu admiro. Elogios com pretensão de cativar.

Quem sabe a vida traga você de volta pra meu humilde aconchego e eu estarei aqui sempre de braços aberto.

Afirmação de doação, doação de corpo e alma.

Mas eu chegando ao campo de batalha!

No momento em que o tiro detonava!

Mas a boca da peça que atirava!

Dava estrondo igual ao estouro de um trovão

Tampei a boca da peça com a mão e se o tal amigo perguntou diga que a peça detonou!

Mas a bala em minha mão ficou.

Que tampando a boca da peça ela pode ficar e se sair ela pode ferir alguém.

Recitação de querer aflorar toda sua poesia como repentista, tentando explicar que no coração do poeta não deseja ferir ninguém.

E o caminhão vai correndo na rodagem

De Laje pra União

Mas esse ano, se algodão desse dinheiro

Eu ia pra estrangeiro

Passear de avião

São sete Padres, Sete quentes, Sete sinos,

Sete cordões de menino e sete anos no andor.

Mas que horror valha-me meu são José!

Homem que não tem mulher

Só pode ser namorador.

Outra recitação bem sucedida e agradável, um momento de pura felicidade, pois felicidade a gente encontra em pequenos momentos da vida e sendo assim depois de encontrar um parente que há mais de vinte anos não se via e degustando um maravilhoso vinho, presente de quem aqui passou e com certeza não perdeu a oportunidade de apreciar e se deleitar com toda essa emoção aflorada de um só coração, o do meu tio de consideração.

Escrito por Orlando Oliveira em 15 de fevereiro de 2011

ORLANDO S OLIVEIRA
Enviado por ORLANDO S OLIVEIRA em 16/02/2011
Reeditado em 02/06/2011
Código do texto: T2794991
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