Lenga e a Cadeia de Pendura Saia

Primeira Parte

Pedro é um rapaz trabalhador, ajuda o pai o dia inteiro na labuta do sitio que eles têm, com seus vinte e cinco anos é considerado um bom partido. Mas, não dá bola para as moças porque seu coração já tem dona desde os seus dez anos de idade. Ele está esperando Vera voltar da capital onde foi estudar em colégio de freira. Pois os pais dela, o seu Deodato e dona Matilde, sempre sonharam em ver a filha formada professora no curso normal para ser a primeira professora formada de Pendura Saia. Dias antes de o seu Deodato a levar para a capital Pedro foi com seu pai até Pendura, ele deu um jeito falar com ela, foi quando prometeu que esperaria ela voltar formada para falar com o pai dela. E assim eles poderem oficializar o namoro e depois casar. Porque em meados dos anos cinqüenta para sessenta, os namoros lá de Pendura Saia, era bastante vigiado pelos pais para as filhas não cair na boca do povo e ter que casar na polícia.

Pedro viveu dos dez anos aos vinte cinco anos, somente para o trabalho Quase nunca ia às festas que tinhas nas fazendas dos amigos nem nos bailes que tinha no ranchão que era montado no largo da igreja por ocasião das festas da Padroeira de Pendura Saia, nem viu o pavoroso que foi quando seu Antenor soltou o foguetório por lá. As pessoas de Pendura, não estranhavam porque sabiam que ele estava à espera de Vera. Mas esse seu comportamento preocupava em muito seus pais seu Divino e dona Aurora que conversam muito a respeito disto. E dizia sempre para ele,

-Meu filho, você precisa sair, para conversar com as pessoas, ir às festas. Quando tem mutirão nas fazendas dos amigos, você nunca fica para a festa, vem sempre embora.

Ele dizia,

-Pai, não acho graça em festa porque quem tanto quero, não está lá.

Sua mãe sempre dizia,

-Pedro meu filho, fico muito preocupada com essa vida que tem levado. Tenho medo de que quando essa moça voltar volte com a cabeça virada. O estudo pode entrar em sua cabeça e achá-lo um matuto.

Ele respondia,

-Mãe, Vera não é assim!

Sua mãe retrucava,

-Não sei não. Só sei que aqui em Pendura, tem muita moça bonita de boa família e muito prendada.

Pedro só dava um sorriso e saia. Passando uns dias depois desta conversa, Pedro está no curral tirando leito quando chega Zé Antônio filho do seu Antenor que era seu amigo desde criança, dizendo.

-Bom dia! Você já está sabendo da novidade?

-Que novidade?

-Que a Vera filha do seu Deodato chegou ontem da capital.

O coração de Pedro quase saiu pela boca, respondeu somente,

-Não

-Tinha certeza que você não sabia, então temei a liberdade de já vir com o Jeep para te levar até Pendura para ver a moça. Como também já falei com o seu pai para vir acabar de tirar o leite.

Quando essa conversar ia se passando seu Divino já foi entrando e dizendo,

-Anda filho, vá se lavar para ir como o Zé até Pendura, e boa sorte para você lá.

Disse isso com o coração na mão de tanta preocupação.

Pedro tomou banho vestiu sua melhor roupa e foi para Pendura com o amigo. Lá chegando, foram direitos para a farmácia de seu Deodato que o recebeu com alegria, pois gostava muito de Pedro, e já chamou sua esposa para acompanhá-lo até a sala de sua casa para ele poder falar com Vera, pois fazia muito gosto que ele se casasse com ela. Dona Matilde o mandou sentar, chamando filha. Quando ela chegou disse,

-Vou até a cozinha passar um café.

Fez isso para deixá-los a sós por um tempo para conversar, porque ela também fazia gosto no namoro deles. Ele sentou-se e perguntando,

--Você está bem?

-Estou sim! Você chegou quando?

-Ontem

-Não mandou me avisar?

-Havia motivo para avisá-lo?

-É que pensei que você estaria com saudade de me ver como eu estava de vê-la.

-Sinceramente não senti.

Pedro levou um susto.

-Mais você esqueceu do que conversamos por ocasião da sua ida para a capital?

-Éramos crianças, aquilo foi besteira.

-Para mim não foi, esperei a sua volta esse tempo todo.

-Não devia.

-Mais.

-Não quero ser rude, mais eu mudei. Você acha que fui para a cidade estudar para voltar para esse fim de mundo para casar com um matuto como você? Claro que não! Vou casar é com Zé Antônio filho do seu Antenor que é advogado.

-Mais ele gosta é daqui. Não vai sair de Pendura. Já me disse isso.

-Quando casar comigo ele muda.

-Você está namorado com ele?

-Ainda não! Mais vou namorar, sou estudada não sou uma caipira como as moças daqui. Sou a única moça que é formada aqui em Pendura o resto é como você todas matuta. Sou o melhor para ele. Sei disto.

Nisto Pedro levantou e saiu sem se despedir.

Lúcia, irmã de Vera que era um ano mais novo que ela, amava Pedro em segredo desde o primeiro dia que o viu certa vez na farmácia do pai quando estava lá o ajudando. Ele chegou para comprar remédio para mãe. Mais em respeito à irmã calou o seu amor. Olhou para Vera com raiva e disse.

-Você é má e cruel.

Vera deu de ombros, indo para seu quarto.

(Este causo, vou parti-lo em mais de dois por bem grande e envolver vários moradores de Pendura Saia)

Lucimar

Lucimar Alves
Enviado por Lucimar Alves em 27/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2819028
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