Lenga e a Cadeia de Pendura Saia 6a. parte

6a. Parte

Quando o galo cantou, todos na casa do seu Antenor já estava de pé tomando o café da manhã enquanto conversava sobre os últimos preparativos para irem até a comarca do município para conversar com o juiz e com o promotor. Quando eles iam saindo Zé Antônio disse para o pai.

-Vou aproveitar para dar um pulo até o sitio do seu Divino para ter um dedo de prosa com o Pedro, estou com umas idéias aqui e quero falar com ele. Por que ele precisa parar com essa bebedeira para não causar mais problemas para ninguém e nem para ele mesmo.

-Está certo filho!

-Vamos Bento.

Foram no Jeep do seu Antenor para não levantar suspeita no delegado. Zé Antônio foi até o pastou pegou seu cavalo o arreou, saindo rumo a casa de Pedro. Lá chegando pegou o seu Divino que também era madrugador no curral tirando o leite.

-Bom dia, seu Divino! Como vão as coisas por aqui?

-Agora tudo bem!

-Seu Divino, desculpe pelo horário que estou chegando à sua casa, mas é que, lá em casa esta noite praticamente não dormimos. Meu pai e seu Bento saíram a pouco para a comarca para falar com o juiz e o promotor. Aí aproveitei para vir falar com o Pedro.

-O que aconteceu?

Zé Antônio colocou seu Divino a par dos últimos acontecimentos.

-Que coisa mais chata isso com o seu Bento, ele é um homem tão decente e amigo de todo mundo. Tudo isso por que foi junto com os outros para ajudar meu filho. Mais por que prender somente o seu Bento e os outros não?

-Por que o seu Bento é o homem mais conhecido em Pendura e amigo de todos. Com isso ele que mostrar na cidade quem manda é ele.

-Fico até envergonhado com tudo isso, por que sei que é culpa do meu filho que parece que perdeu o juízo por causa daquela moça.

-Não fica seu Divino, seu Bento entende muito bem. Bom posso ir lá falar com o Pedro?

-Claro! Vá entrando.

Zé Antônio caminhou até a porta da casa, foi entrando e dando bom dia para dona Aurora que estava no fogão preparando o café da manhã

-Zé, você aceita um café fresquinho?

-Claro! Dona Aurora.

Enquanto tomava o café, pergunta se podia ir até o quarto do Pedro que foi dito que sim. Então ele foi entrado casa a dentro rumo aos quartos.

-Bom dia, Pedro! Como você está?

-Estou bem! Mas, com uma vergonha danada, fiz um papelão.

-Coloca papelão nisto. Vim aqui para falar sobre isso mesmo, você não acha que já está na hora de parar de beber?

Pedro abaixa a cabeça e não diz nada.

-Olha Pedro, esquece essa tal de Vera ela não quer nada com você. Dê uma chance a você mesmo e aquém te ama de verdade.

-Ninguém gosta de mim, ainda mais depois aconteceu.

-Claro que gosta sim! Lúcia, a outra filha do seu Deodato ama você!

-O quê? De onde você tirou essa idéia maluca?

-Clara me contou. Ela é amiga da Lúcia.

-Como é que você sabe disto? Ficou amigo da Clara por acaso?

-Amigo não, namorado. Você não está sabendo é por que fora do ar.

-Não estou entendo mais nada!

-O que você não está entendo?

-É que a Vera me disse que iria namorar e casar com você.

-Disse isso?

Sim!

-Só que ela esqueceu de perguntar se eu iria querer o mesmo que ela. A muito que amo a Clara ela é a mulher que quero como esposa.

-Mesmo!

-Sim! Pedro, vi aqui para falar com você por que passando esse sábado no outro, vamos dar uma festa lá em casa para oficializar o nosso namoro. Quero que você vá a essa festa como também quero que você aproveite para conversar com a Lúcia. Dê uma chance a você mesmo, pois passou tanto tempo esperando por alguém que não te merece. Não se você já está sabendo mais foi a Lúcia que te achou lá na cadeia.

-Não sabia.

-Pois foi!

-Sim! Ela te ama. Acorda!

-Se você está dizendo, acredito.

-Pedro, outra coisa nesta festa, a Vera vai estar também. E nenhum rapaz irá tirá-la para dançar por que todo mundo está com raiva dela por ser tão esnobe. Você conhece as pessoas aqui de Pendura

-Coitada! Ela não merece isso.

-Merece sim! E tem mais, se você está dizendo que vai a festa da boca para a fora saiba que, venho aqui e te arrasto até pelo cabelo. Por que essa festa é a comemoração da minha felicidade e o inicio da sua.

-Zé! Sou seu amigo, não vou deixar de ir.

-É assim que se fala.

Ai eles mudaram de assunto e Zé Antônio contou o que o delegado queria fazer com o seu Bento. Como também conversaram sobre muitas outras coisas.

Enquanto eles estavam tranqüilos conversando como dois grandes amigos que eram. Na cidade de Pendura Saia a coisa não ia muito bem, por que o delegado esperou até às oito horas pelo seu Bento na delegacia como ele não apareceu resolveu ir pessoalmente até o armazém atrás dele. Quando chegou lá só encontrou dona Helena e Jacinto o empregado do armazém, chegou não deu nem bom dia e já foi logo dizendo,

-Cadê o dono deste estabelecimento? Que quer ser o tal mais não passa de um grande medroso e covarde.

Dona Helena agüentou e respondeu na lata.

-Não fala assim do meu marido, respeite a minha casa e o estabelecimento do meu marido.

-Covardes não merece respeito. Só vim dizer que se o seu marido não estiver até às quinze horas lá na delegacia, vou buscar a capitura para prendê-lo.

-Se é só isso que tem dizer, já está dito, bom dia e passar bem.

Quando ele saiu, Jacinto disse para dona Helena,

-Ele não dura muito aqui em Pendura.

-Deus te ouça Jacinto. Por que esse delegado já está passando dos limites.

E caiu no choro. Jacinto correu a chamar Clara que veio com um copo d’agua com açúcar. E disse,

-Helena não fica assim, tudo irá se resolver hoje mesmo, tenho certeza. Vá lá pra dentro, procure deitar um pouco, pois não dormiu nada a noite. Eu fico aqui com o Jacinto.

-Está bem! Vou ficar lá dentro já estava nervosa e esse delegado acabou de me deixar em frangalhos.

E foi para dentro de sua casa.

Neste mesmo tempo que isso acontecia no armazém do seu Bento, ele acabava de encontrar com seus amigos no foro. Pois ele e seu Antenor, fórum direto para lá. Por que lá, encontraria com os dois de uma vez. O juiz João Cândido os convidou para o seu gabinete mandando seu secretario ir até a sala do promotor chamá-lo. Quando ele chegou cumprimentou seu Antenor e diz a seu Bento,

-Como vai meu grande amigo? O que está acontecendo? Que você veio tão cedo de Pendura até aqui?

-É Tonico, vim mesmo para falar com você e o João, pois preciso de uma orientação de vocês.

-Fale Bento!

Seu Bento contou tudo o que tinha acontecido lá em Pendura sem omitir nada. Quando acabou João Cândido disse,

-Tonico, vou eu, ou você a Pendura resolver esse problema?

-Vou eu. Vou agora mesmo. Bento, você, seu Antenor irão também. Mas, irei meu carro. Você irá para a fazenda do Antenor fica lá até às dezessete horas que já devo ter acabado com isso.

Depois desta conversa, saíram rumo a Pendura Saia.

Lucimar Alves
Enviado por Lucimar Alves em 04/04/2011
Código do texto: T2889945
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