A Branca

Enquanto andava para atender alguém à porta, minha esposa ordenou que fossemos para o escritório no caso de ser o Pimenta. Não quero nem ver a cara daquele conquistador barato, de olhar comprido e postura de ginga. Ele andou arrastando asas para minha irmã, mesmo sabendo que ela é casada e vive bem com o marido.

Era o Pimenta e, o interessante chato desfilou uma série de fo-

tografias eróticas tiradas ao vivo, por ele próprio, e de mulheres conhe-

cidas. Isto não me agrada muito ( acredite quem quiser ) olhei meio de banda e tentei passar para outro assunto.

O Pimenta encaixou logo as anedotas picantes e soltou o verbo

das mais leves para as mais pesadas e, quando partiu para a maledicência, eu o interrompi e fiz ver que se ele escolheu a minha casa para

aquele fim, estava no lugar errado pois o meu interesse era saber do nosso negócio, como ficaria. Ah! Disse ele, você gostou da branca? Pois ela será sua. Chegerá hoje na minha fazenda e você poderá até dormir lá se quiser.

_Fica acertado então, se ela chegar você me avisa e eu vou.

Minha esposa ouviu nossa conversa, antecipou-se a nós e quando chegamos na fazenda ela já nos esperava para encerrar a seu modo aquela aventura, mas, qual não foi a sua decepção ao ver o Pimenta tocando a branquinha, a vaquinha branca mansa e pacífica em direção ao curral.

-Valdívio de Oliveira Correia-

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 25/05/2011
Reeditado em 17/06/2011
Código do texto: T2993130
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