A mulher da Roda D'água

Município de Valença, baixo sul da Bahia, lá pelas bandas de Morro de São Paulo, num lugar paradisíaco, existem três pequenas praias gêmeas lindas, dentre as sete praias daquele recanto. Diz a lenda que foram criadas por sete sereias encantadas, donde três delas eram trigêmeas idênticas que capricharam nas suas criações...

No entanto, uma delas, não satisfeita apenas com a criação da sua prainha, transformava-se em mulher, caminhava em direção ao exuberante morro que havia em frente a sua praia, e de lá de cima ficava observando para ver o que estava faltando alí. Observava, procurava, imaginava... mas, tão perfeita era sua praia, que não tinha mais o que fazer, e então frustrada, a sereia chorou no alto do morro.

Muitas luas se passaram e a sereia retornou ao morro, no mesmo lugar de sempre, onde afloravam dois rochedos em forma de concha e alí sentou-se pra apreciar sua maravilhosa criação, e desta vez, satisfeita, ela agradeceu a Netuno e chorou de felicidade e suas lágrimas cairam sobre os rochedos, brotando dalí o tão famoso Riacho da Sereia, de águas mornas e cristalinas, descendo morro abaixo, indo desaguar naquela linda praia, completando assim aquele cenário perfeito, que não se vê nem na Polinésia.

E os anos se passaram... e com a chegada dos primeiros colonos, alí um pouco abaixo dos rochedos, aproveitando um pequeno desnível que formava uma queda d'água, foi instalada uma roda d'água que servia para abastecimento dos colonos. Também diz a lenda que a sereia, enciumada, tentava afugentar os invasores, com aparicões em forma de monstros medonhos... até que um dia ela se apaixonou por um jovem e de lá nunca mais saiu...

Nos dias de hoje, muitos que visitam aquele lugar, no momento do por do sol, onde a névoa produzida pela queda d'água, em reflexo com os raios do sol, formando um arco-íris, muitos conseguem ver uma mulher, por detrás da névoa colorida, linda, nua em pelo, cabelos longos e cacheados, com seios belíssimos, corpo escultural e um sorriso encantador...

Valdívio Correia Junior, 10/06/2011

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 10/06/2011
Reeditado em 14/06/2011
Código do texto: T3025234
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