075 - O FLAGELO DO SATANÁS...

Houve um tempo em que meu pai arrendou terras no município de Uberaba-MG, e pra lá mudamos, plantio de cana de açúcar, naquele sertão foram construindo a sede da fazenda, diversas casas, uma colônia onde moravam os empregados, quase todos nordestinos.

Entre os moradores tinha um que se destacava, quando sem camisa seu corpo carregava dezenas de cicatrizes, que por fim fiquei sabendo que eram estocadas, lembranças das inúmeras brigas em que tinha se envolvido, carregava nas costas inúmeros assassinatos, homem calado, soturno, um dia perguntei:

- Seu João Coró, porque de tantas cicatrizes?

– Meu rapaz! Deixa de ser curioso! Fui saindo de perto dele derrubadinho, arrepiou os cabelos dos meus braços, alma pesada aquela, senti.

A sua esposa, uma morena espigada, cabelos longos, negros, seus olhos mais negros ainda, cintura de pilão, gostava de uma saia rodada, seu desfilar pela colônia remexendo aquele volumoso traseiro a todos encantava, quando em minha casa adentrava minha mãe até nosso olhar vigiava, enciumada!

Esta mulher tinha uma maldição, era possuída pelo satanás, e quando ele apoderava daquele corpo tão desejado, ela perdia o senso, transmudava, a voz não era mais a mesma, tudo que tivesse ao seu alcance ela destruía, das vezes era preciso vários homens para dominá-la, tamanha era a força que adquiria quando naquela situação se encontrava.

Seu João Coró sem saber mais o que fazer para livrar a sua Neposiana daquela situação:

- Cumpadre Juvenal, me acode, do jeito que vão as coisas não vai sobrar mais nada na minha casa que a minha Neposiana não quebre!

– Meu cumpadre para este caso só conheço um remédio, e ele é bem amargo, alias dolorido!

– Pela Virgem Santa me diz!

– Tem que ser cabra macho pra enfrentar o coisa ruim...

– Meu cumpadre somos conhecidos de velhos tempos, algum dia afinei de um desafio?

– Tá bom! O cumpadre sabe que o satanás detesta ser surrado, detesta ser açoitado, sendo assim manda fazer um chicote curto de mais ou menos um metro, empunhado em um cabo de guatambu, mas para fazer efeito tem que ser virgem, não pode sido usado em animal nenhum se não perde o encanto, e quando o tinhoso entrar no corpo da cumadre, o cumpadre chega o chicote no lombo dela e da bons gritos, fora satanás... Fora satanás... Deixe a Neposiana em paz!!!

Chicote pronto na espera, e a vida tem dessas coisas até o satanás tem seu dia de azar, ao adentrar no corpo da morena, seu João Coró esticou o açoite no lombo dela, na primeira lambada ela ajoelhou na dor e esbugalhou imensos olhos, assustando e assustada na surpresa, na segunda lambada já estava estendida no chão, fazia xixi e estribuchava gritando, seu Coró pisando na sua garganta açoitava aquele volumoso traseiro aos gritos...

Fora Satanás...

Fora satanás...

O satanás em apuros se mandou e a morena já estava desmaiada... Dias passados, meses passados, nunca mais o satanás apoderou do corpo da dona Neposiana, todo feliz o seu João Coró:

- Cumpadre Juvenal! Seu remédio foi tiro e queda... Nem precisou de repetir a dose...

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 22/06/2011
Reeditado em 25/03/2012
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