DOCES RECORDAÇÕES
 
 
Assim que comprei meu primeiro carro e consertei todos os seus defeitos, a mira era viajar, e qual lugar melhor do que a casa de mamãe que nesta época morava na cidade de Boa Esperança –MG.
 
Bom, alguém tinha que ser meu co-piloto, e nada melhor que o sogro,que foi indicado para essa missão.Na maioria delas ele estava presente para me acompanhar, e alguma coisa tinha que fazer para compensar sua Companhia.
Nelson, pescador de carteirinha, qualquer riacho, rio ou represa era motivo para uma boa pescaria.
 
Meu pai também tem esse prazer de pescador,e até então, detestava esse hobe, mas foi em uma dessas viagens que fui presenteada com um molinete, pelo meu sogro,pronto!!! A bagunça estava feita.
 
Ensinou-me a pescar, com sua paciência de pai.Sim, eu não levava menor jeito para isso, arremessava a linha com tanta força, que um dia o anzol enganchou na calça de outro pescador, por sorte não acertou-lhe o olho.
 
Noutro dia, consegui pescar uma traira que pesou pouco menos de um kilo, detalhe: pesquei com anzol de lambari, para tira-la da água foi cômico, puxei com tanta força que a mesma foi arremessada a uns 5 metros para cima, ao cair no chão acho que a matei com meu grito.
 
Mas minha mãe resolveu mudar para a maravilhosa cidade de Poços de Caldas, desta só conhecia seus pontos turísticos, mas onde tinha um rio, só por Deus.
 
Foi então que abastecemos o carro, munidos com as tralhas, assim chamado pelo sogro, e pé na estrada. Fomos procurar uma represa ou rio.
 
Só sei que o ponto de referencia onde estávamos, era o Cristo de frente, localizado em um dos pontos mais alto da cidade.
 
Começamos a caminhada, quando atingimos 60 km rodados e nada de rio, resolvemos perguntar para alguém que estava indo trabalhar na roça, isso mesmo, já estávamos tão longe, quando vimos o Cristo pelo seu lado direito, e fomos informados que tinha um rio a mais ou menos 30 kilometros para frente,.
 
Enfim, chegamos numa vila, que só tinha duas ruas, e não sei como tinha um posto de gasolina, e ali nos informaram que tinha um rio a poucos metros dali.
 
O sol rachava, mas chegamos na tão sonhada represa. Ficamos ali somente pelo gosto da pescaria, pois de peixe naquela represa não tinha nada.
 
Resolvemos ir embora, decepcionados,pois o dia não estava para peixes.A nossa volta foi por outro caminho, vimos o Cristo de Costas, depois pelo lado esquerdo e enfim de frente.
 
Descobrimos que demos uma volta de mais de 90 kilometros, essa foi a circunferência do Cristo, constatados por nós.
 
Essa foi uma das aventuras de pescaria,que me lembro com saudades daquele que foi muito especial em nossas vidas.Não deixei mais as tralhas de pesca dentro do meu   carro, depois que viajou para a eternidade ,acontecimento pouco mais de um ano, não tive mais vontade de pescar.Perdi minha companhia.
 
Mas ainda vou, mesmo que seja para relembrar as loucas aventuras que durou doze anos,em homenagem a sua memória. ( Nelson - meu sogro querido)
 
 
 
 
 
 
 
 
 


isis inanna
Enviado por isis inanna em 03/07/2011
Reeditado em 03/07/2011
Código do texto: T3073455
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.