A Saga do Queijo e do Pão de Queijo de Minas

A Saga do Queijo

e do Pão de Queijo

de Minas

Berço dos índios cataguases, São Roque de Minas, abrigou vários quilombos no início da colonização portuguesa.

Dos índios, o nome da tribo foi o que restou. Os brancos bandeirantes, caçadores de esmeraldas, integrantes da expedição de Fernão Dias dizimaram todos eles numa batalha violenta, jogando seus corpos num ribeirão, manchando-o de sangue e que com isso passou a se chamar, Ribeirão Vermelho. Dos negros – uma herança de honra para os mineiros.

Fugindo dos serviços impostos pelos portugueses, os escravos formaram seus quilombos na Serra da Canastra – hoje Parque Nacional da Serra da Canastra.

Por ser uma região fechada, com muita mata e animais ferozes, o ambiente era propício para o refúgio dos escravos. Local de difícil acesso, a comunidade quilombola se deu bem em seus esconderijos.

Conhecedores de que o queijo além de nutritivo tinha uma boa longevidade, aplicaram os escravos refugiados, a técnica aprendida com os portugueses de manuseio artesanal dele.

Muito valorizado pelos homens de Portugal, pois até imputaram aos escravos a crendice de que manga (que era abundante na região) com leite, fazia mal, para que sobrasse mais matéria-prima do queijo, a eles. As mangas podiam ser colhidas sem regras.

Na região, tudo contribuía para a feitura de um bom queijo: clima, água e comida para o gado. Ali havia a nascente do Rio São Francisco e capim "gordura" ou "meloso" dava de montão.

Como os escravos foragidos não podiam aparecer no centro da cidade, plantavam e comiam o que produziam nos quilombos. Um "quarto do queijo" fora criado para a sua fabricação.

O queijo fabricado era do tipo meia-cura ou curado e que passou a receber o nome de Queijo Canastra, em homenagem à região. Esta espécie durava mais, dando para mais dias. Aquela peça que porventura passava do ponto para a alimentação, que ficava com o aspecto de calacanhar rachado, duro era separado, triturado e feito então, o pão de queijo. Nada podia perder.

Dos quilombos de São Roque de Minas, o queijo e pão de queijo, ganharam divisas e as cozinhas do Brasil.

Um documentário fora realizado pelo cineasta mineiro Helvécio Raton – divinopolitano – ampliando a divulgação dessa iguaria.