A capela 



  De todos os causos que ouvi na infância,o que mais me tocou,foi o causo da capelinha da fazenda Paraíso.
  Andávamos uns três quilômetros no meio do pasto pra cortar caminho.
Vez enquando, rezávamos  la.
 Um dia,Totonha me contou um causo triste:

 _Muitos anos atrás.Em tempos de muita crueldade e total impunidade.Havia um fazendeiro.Que tinha o hábito de resolver tudo com violência.
 Contavam  que ele costumava arrancar o couro dos seus inimigos ainda vivos.
 Era o "cão" em pessoa.
 Certo dia ele pediu para um jovem .filho do empregado pra buscar seu cavalo.
 O menino não conseguiu pegar o animal arisco.
 Quando voltou levou uma bronca.
 Então ele ordenou que ele voltasse ao pasto sem demora e que não retornasse sem o animal .
 O pobre caminhou poucos metros.
O patrão irritado mirou e atirou nas costas do menino.
A mãe do garoto vinha naquela direção com um bebê na cintura.
 Ela correu  desesperada e debruçou em gritos sobre o corpo do filho morto.
Então o patrão se aproximou e deu mais dois tiros,tirando a vida da mãe e do irmãozinho.
 Uma nuvem de tristeza.tomou conta de toda região.
 Três cruzes foram erguidas no local.
E de todas as crueldades,feita por aquele homem,essa foi a maior.Mas também,foi sua maldição.
 Os gritos daquela mãe não saíram da sua cabeça.
A cena se repetia diante dos seus olhos.
Arrependido,mandou que retirassem as cruzes e construíssem a capela.
 Tempos depois a fazenda foi vendida a qualquer preço.
E não se soube mais notícia do tal homem.

 


Ana Maria Cristina
Enviado por Ana Maria Cristina em 22/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
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