O MISTÉRIO DA CAPELA 5 !

Hoje, dia primeiro de novembro, véspera do feriado de finados.

Aqui na cidade onde moro os cemitérios são lotados no dia certo, então resolvi ir visitar minha mãe e meu pai, que estão lá enterrado, de véspera, faço isso todos os anos.

Então sai de casa cedo, chegando lá passei pela entrada principal do cemitério e comprei dois buquês de flores, uma amarela outra branca, e uma caixa de vela para ascender e ofertar aos meus entes queridos, ali enterrados.

Não demorei muito em volta do túmulo. Entreguei as flores, coloquei as velas acessas no local perto da lápide e fiz algumas orações de praxe pra ambos. Me despedi e fui embora novamente em direção a entrada principal do cemitério.

Quando estava chegando, de longe, avistei uma lanchonete e resolvi parar pra fazer um lanche, pois ainda não havia tomado café da manhã. Mas antes de seguir em direção ao estabelecimento passei em frente a capela número 5 e vi que estava completamente lotada, que alguém muito querido e especial deveria estar sendo velado ali, pois havia muito choro. Mas não dei muita bola e continuei rumo a lanchonete pra fazer meu lanche.

Assim que me sentei pra comer me veio repentinamente uma vontade enorme de ir ao banheiro que era ali do lado, achei estranho, porque a um minuto atrás não estava com vontade nenhuma de fazer nada.

Quando adentrei ao wc vi que tinha um rapaz franzino aparentando ter uns dezesseis pra dezessete anos e dirigindo-se à mim me perguntou se eu sabia quem era a pessoa que estava sendo velada na capela número cinco.

Eu disse que não, então ele olhou bem dentro dos meus olhos, repentinamente subiu-me um calafrio pelo corpo que foi até a ponta dos pés. Fiquei assustado sem entender nada, mas ele continuou a falar se dirigindo à mim:

Você tem certeza que não conhece mesmo àquela pessoa que eles estão velando lá na capela?

Eu olhei pra ele fixamente e disse outra vez que não, que havia vindo ali só pra trazer flores para meus familiares.

Ele então, estranhamente, me perguntou se eu podia lhe fazer um favor.

Esquivei-me um pouco momentaneamente, achei aquilo estranho, mas vi que não me custava nada fazer um favor para àquele rapaz.

Então perguntei o que era.

Ele me disse que queria que eu fosse lá na capela 5 e procurasse a mãe dele que deveria está chorando desesperadamente.

Perguntei por que ele mesmo não ia!

Ele me respondeu que estava passando mal e não poderia sair naquela hora do banheiro.

Eu, então resolvi ir e perguntei o nome da mãe dele e ele me disse que era Sintia, mas me pediu pra não procurar mais ninguém que não fosse somente a mãe dele.

Então fiquei muito curioso na hora, mas resolvi ir assim mesmo.

Mas, antes de sair, quando já estava abrindo a porta do banheiro, ele pegou em meu braço e disse pra mim novamente com os olhos bem regalados:

- Senhor! Quando minha mãe estiver vindo pra cá, diga a ela que estou bem melhor, que não precisa se preocupar comigo porque ficarei bem. Ah! E diga pra ela que aquilo que combinamos de fugir do meu pai não via ser mais preciso, por que vi ele passando aqui sendo carregado por dois homens todo de preto e entrando num lugar bem escuro, dizendo que de lá ele não sairia nunca mais.

Fiquei, sem entender nada, não sabia mais o que fazer, se ia lá ou não, mas como havia prometido que iria, eu fui.

Antes de sair gritei lá de fora e perguntei seu nome, ele disse numa voz bem longe, quase sumindo:

- Meu nome é Felipe.

Então fui!

Quando estava chegando perto da capela nr 5, aproximei-me de uma pessoa que estava chorando lá fora e perguntei quem era Dona Sintia, ela apontou-me pra uma senhora de meia idade, com um braço enfaixado e uns trés curativo na cabeça. Me dirigi à ela e perguntei num tom meio auto: A senhora que é a mãe do Felipe?

Todos me olharam com estranheza e a mulher balançando a cabeça me disse que sim, acho que ela pensou se tratar de algum conhecido de seu filho.

Então falei pra ela que o Felipe estava lá no banheiro esperando por ela.

Todos ficaram surpresos, ninguém entendeu nada, muito menos eu. Olharam pra mim com cara de deboche e ela me perguntou se isso era uma brincadeira.

Eu disse pra ela que não, que era verdade que o Felipe estava mesmo esperando ela no banheiro.

A mãe de Felipe olhou pra mim, danou a chorar e logo veio um senhor bem forte que parecia ser da família, me aberturou pela camisa e me perguntou que ousadia era essa, por que era que eu estava fazendo isso, me pediu pra parar com a brincadeira e me mandou embora.

Então eu já confuso sem saber de mais nada, falei em voz alta, mas o Felipe está mesmo chamando sua mãe lá no banheiro, ele está passando mal.

O Rapaz que havia me pendurado pelo pescoço, me pegou novamente, guiou-me até o caixão e apontou minha cara la dentro. Quando reparei direito, era o Felipe que há pouco eu havia conversado com ele no banheiro, quase caí de costas, minhas pernas tremeram, meu ar sucumbiu e eu quase desmaiei.

Nossa! Fiquei chocado, apavorado, aterrorizado, chamei sua mãe e perguntei o que tinha acontecido, ele me contou que seu marido havia tentado matar ela por ciumes e depois de tantos disparos, acabou acertando também seu filho mais novo e depois se matou.

Fiquei estarrecido, desnorteado. Então comecei a entender tudo que o Felipe havia me falado e contei pra sua mãe o segredo que ele havia me contado de fugir do seu pai no dia seguinte pela manhã.

Ela então passou a acreditar em mim porque só ela e ele sabiam desse plano e viu que realmente eu havia conversado com o Felipe e correram pro banheiro pra ver se ainda tinha alguém lá. Mas, pra minha surpresa, e de todos, não tinha mais ninguém. Até os papeis que eu havia visto ele limpar as mãos, não estava lá, estava tudo limpo. Não poderia ser pesadelo, nem sonho, por que eu estava ali acordado e não conhecia o rapaz e nem sabia o nome dele. Todos ficaram estarrecidos com o acontecimento, mas acabaram acreditando em tudo.

Como sua família era toda espírita, acabaram crendo que o Felipe só queria confortar sua mãe, por isso havia mandado esse recado pra ela.

Então ela se conformou e até esboçou um pequeno sorrido de alegria, sabendo agora que seu filho estava bem onde quer que ele estivesse.

Assim eu fui pra casa contente também por ter ajudado a confortar àquela mãe que estava sofrendo pela perda do seu filho querido.

Mas confesso que foi muito assustador pra mim!

By Adauto........ Tentando escrever contos! Será que ficou bom? rsrs

Hoje fui mesmo ao cemitério, ver minha mãezinha e lanchei mesmo por lá. rsrsrs

almadepoeta
Enviado por almadepoeta em 01/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3311413
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