EXILADA DO PANTANAL, AINDA SÓ E SOCÓ?

Além de ser exumadora legista textual, ora construtora de Frankstein, ora destruidoras dos mesmos. Há muitos zumbis pela aí!

Os deixemos por hora.

Temos num Shopping central em Campo Grande MS, espaço para exposições e vendas de trabalhos artesanais. Somos vinte artesões, ou seja, um elenco teatral em mutação...

Minhas mãos construtoras artesanais, livres das amarras canônicas, floreio casalzinhos de rolinhas metidas, dentre outras peraltices!

No nosso grupo, temos JONAS, exímio construtor de aves, ele possui o dom de talhar e colorir os bichinhos, não sei como dá-lhes vida!

O galo esculpido por ele canta cocoricó! A coruja nos encara!

Eis que o artesão recebe encomenda, produzir uma arara canindé e de lambuja ele também fez uma maritaca.

Quando ele retirou da sacola os pássaros, quase tive um tréco.

Sou sinestésica, abracei a arara, beijei o bico dela, nanei como se ela fosse um bebê, ela?

Com aquela cara de arara dela. Linda!

Quanto a maritaca? Verdinha, verdinha, Jonas à pendurou na parede.

Eu abraçada na Canindé de olho na maritaca, rezando para um cliente entrar na loja e vislumbrar com mesmo amor para um dos meus feitos artesanais, comprá-lo, assim, pudesse eu grudar na minha maritaca para sempre. Até porque a arara não seria minha mesmo.

ARRANCARAM a arara canidé de mim, sem dó nem piedade!

"Tá pirigano quebrar a asa".

Horas depois adentra uma mulher na loja, lambendo um sorvetão

-Gostei daquele pássaro verde, vô levá.

Caro leitor, não morri de pasmo, porque estava sozinha e não acabou meu sofrimento.

-Encomendei uma arara, mas não gostei do colorido dela.

Lambendo o sorvete.

Acho que virei Saci na frente da mulher, então me utilizei de todas as estratégias manipulatórias de vendagem...

Ela comeu rápido a já casquinha, pediu para embrulhar as duas peças, pagou e vazou.

Além de ter ficado "só e socó" me senti exilada!