As bundas

Sou um sujeito puro, santo e virtuoso, e por isto, não gosto de falar nem escrever determinadas palavras. Entretanto, neste caso aqui se eu for falar: o traseiro, o bum bum, as nádegas, a região glútea... não vai ser a mesma coisa.

Meu avô tem uma bunda grande que fica meio desarrumada em cima de umas pernas finas e quando alguém usa a expressão: "cara de bundão" causa-lhe constrangimento, mesmo quando dirigida a qualquer pessoa.

Mas, dizem que araruta tem seu dia de mingau... e o bundão de vovô teve o seu dia, quando lá na fazenda Paz na Selva, após uma ausência de muitos dias ele chegou com a família, inclusive a doméstica Doralice e resolveu sentar-se na cadeira preguiçosa sem saber que ali estava enrodilhado um jararacussú papo amarelo, cuja picada causa envenenamento rápido, letal e infalível. Quando ele tomou conhecimento da situação difícil, Gritou: Socorram-me, eu sentei em cima de uma cobra!!! E vovó grtou: levanta, uai! E ele: se eu levantar serei picado e posso morrer. E foi aí que Doralice, a doméstica, resolveu sentar no colo do vovô para ver se com o peso de duas bundas a cobra morrese sufocada. O vovô gostou da nega de bunda quente, a Dorinha remexeu um pouquinho procurando tirar algum proveito, mas, o vovô inativo ha muito tempo, nada tinha a oferecer. Mas, a vovó percebeu a languidez da Dorinha e veio com um pedaço de ripa, que lhe foi arrebatado da mão e usada para matar a cobra, porque o grande peso daquelas duas bundas não foi suficiente para aniquilar a serpente...

-Valdívio de Oliveira Correia-

Texto extrido do livro: "Us marfabéticos" e os doutores

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 14/03/2012
Reeditado em 29/03/2012
Código do texto: T3553956
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