Colônia faminta
Chegou em casa esperando entender o contexto do seu momento, o momento para ele era um instante, um flash, um clique, um abridor embutido na lata do atum. Na rua sentia o tempo decolar entre aviões cortando o céu e carros demarcando seus respectivos espaços na malha. As luzes, o tempo matando células, esgotando rostos; tudo muito ligeiro e voraz, a colônia está sempre faminta indagou. Olhou dentro de sua alma, pensava em planos, ambições, nas ilusões dos sonhos se transformando em dinheiro, se transformando nisso tudo que sempre o assustou. E caiu fora, se perdeu na multidão sem explicar ou convencer nada.