A ESCADA

A ESCADA

Lá estava a escada, na calçada,

Sozinha, quieta e sossegada,

Apenas uma escada encostada

Nada demais para se observar,

Porém não ficaria ali despercebida

Sozinha abandonada,

Uma escada encostada na parede

Ali deixada, na calçada?

Não ficaria assim de certo,

Da escola vinham à gurizada

Fazendo barulho, algazarra,

E uma escada ali abandonada?

Que nada, não ficou despercebida;

Logo estava apinhada de molecada,

Um sobe e desce sem parar

Um telhado e outro telhado,

Até onde podem ir as mentes levadas?

Uma escada, e muitos acontecimentos,

Sobe e desce sobe e desce,

Até que de lá alguém despencou,

Foi dar com as costas lá na rua,

Ai ai, gritou o menino; e chorou,

De repente já esta cheia a calçada,

Dona Maria resmunga..., Essa capetada,

Não tem jeito, mexe com tudo.

O menino chora, por tremenda pancada,

Alguns correram outros ficaram

E a escada ali caída no meio da rua,

De quem é a dona escada?

E o menino caído na calçada?

Dona Maria conhece esses,

Já subiram outras vezes no seu telhado,

E se caíssem de lá esses danados?

Chora o menino com o braço machucado

Os vizinhos já chamaram a mãe,

Que viria ainda tirar satisfações,

Sobre quem deixara ali a dona escada?

Talvez um grande descuidado

Ora vá lá, disse dona Maria;

A escada tem dono sim

Afinal não se conserta telhado?

Não se pode deixar uma escada na calçada?

Não deixou de ficar indignada

A dona Maria dona da casa,

A dona da escada...A escada

Que não estava abandonada.

Na vila onde moro tem histórias engraçadas

Essa é uma delas, de quando era menino,

Tempos de muitas gargalhadas.

RICIEL DE OLIVEIRA.

Gabriel de Oliveira
Enviado por Gabriel de Oliveira em 09/02/2007
Código do texto: T374687