CARTA PSICOGRAFADA (MEU FILHO)

Há muitos anos que eu não tinha notícias dele, um belo dia sem ter me explicado seus motivos, resolveu sair de casa e nunca mais voltou.

Cansada de procurar por ele e depois de ter se esgotado todos os meios para encontra-lo, uma amiga indicou-me uma casa espirita que ficava perto da casa dela, disse ter ouvido falar que muitos casos de desaparecimentos tem sido solucionado ali.

Mesmo não acreditando nessas coisas que mexe com o sobrenatural, decidi tentar, pensei não ter nada a perder se der certo ótimo.

Tímida e temerosa, bati a porta de uma casa modesta, com aparência de abandono, uma senhora de cabelos brancos aparentando certa idade, veio atender-me, sorriu sem abrir a boca, porem de modo cordial e hospitaleira, convidou-me a entrar,meus olhos desconfiados varriam o espaço a minha volta. Sentei-me de frente para uma parede cheia de quadros com algumas fotografias antigas, deduzi tratar-se de fotos de família.

O medo trouxe a minha mente um pensamento repentino que causou-me arrepios, como tinha ficado sozinho na sala, estava com os nervos a flor da pele, pensei... Seriam fotos de gentes que faleceram?

Enquanto encontrava-me absorto nesse meu pensar, duas mãos pousaram em meus ombros, dei um salto instintivo, quase caindo da cadeira em seguida ouvi uma voz. _ Calma minha filha sou eu, não nos apresentamos ainda, meu nome é Estefânia, muito prazer respondi-lhe envergonhado, pelo susto e por não ter me identificado ao chegar, chamo-me Eulália, estou aqui por causa de meu filho. Eu sei respondeu-me a simpática senhora.

Espantei-me diante da inesperada revelação, como a senhora sabe se nós ainda nem conversamos? _ Há muitos anos o espero, minha filha, tenho uma surpresa para você é sobre o seu filho.

Comecei a soluçar e não pude conter as lágrimas, em suas mãos tremulas e marcadas pelo tempo, uma carta... É dele disse-me Estefânia entregando-me um envelope.

Leia-a, disse-me estendo suas mãos ainda mais tremulas que antes.

São notícias de seu querido filho, foi ele quem confiou-me a missão de entregar-lhe.

Ainda incrédula porém bem mais animada, abri o envelope:

Examinei a grafia cuidadosamente e antes de ler o que estava escrito, fui direto até o final onde estava assinada.

Em letras meio rabiscadas estava assinado, Macio...

É ele é ele é ele afirmei aos prantos!

Diante do nome do meu filho bem diante de meus olhos,

rendi-me a esperança e comecei a crer em cada palavra que lia.

Recuperada do susto e tomada pela curiosidade e ansiedade, li a estória que segue:

Mãe, que saudade, desculpe-me por te-la deixado sem notícias todos esse anos, tudo aconteceu tão de repente, eu vim morar no japão para poder aperfeiçoar meus estudos, tudo estava caminhando bem até que um dia, ao cruzar uma rua muito movimentada, era noite e tinha muita neblina, vinha um automóvel com os faróis apagado e atropelou-me, tive morte instantânea.

Não tendo identificação, fui enterrado como indigente num cemitério clandestino, em Tóquio. Mãe não chore que eu estou bem...

OBS. o texto acima é uma ficção baseada em algumas informações e leituras a respeito dessa crença e prática espírita.

Com todo o meu respeito pela comunidade espírita.

Me perdoem se fiz alguma alusão a situações que não faz parte da doutrina...

PARTE 02

Eulália terminou de ler as últimas palavras pronunciadas por Márcio seu querido filho, ficou alguns minutos como se não tivesse ninguém ali, em seguida enxugou as lágrimas de seu rosto enquanto de seus lábios saíam palavras estranhas como se não fossem pronunciadas por ela.

Estefânia, a dona da casa que também possuía mediunidade, permanecia em silêncio no canto da mesa onde onde estava Eulália que ainda chocada com a notícia da morte do filho e cheia de dúvidas dobre a veracidade da carta e a mesmo tempo cheia de esperança de que aquelas palavras fossem mesmo de Márcio, afinal se ele tiver mesmo morto, que pelo menos esteja bem onde estiver pensou a pobre mãe lembrando de suas últimas palavras na carta,

Mãe não chore eu estou bem!

Eulália teve seus pensamentos interrompidos, por uma vento forte que entrou de repente na sala, derrubando alguns objetos que estavam sobre a mesa.Muito assustada Eulália levantou-se de onde estava e correu em direção de Estefânia que nem se mexeu do lugar. Continuou a escrever com a mão direita, enquanto a esquerda cobria seu rosto, na folha de papel que sempre deixava disponível nessas ocasiões começaram a surgir palavras escritas poe ela.

A lufada de vento seu lugar a uma calma e silêncio podia-se ouvir a respiração ofegante da médium enquanto ela escrevia.

Eulália entendeu que Estefânia estaria entrando em transe, embora nunca tivesse presenciado nada igual antes.

Encerrada a secção uma nova carta de Marcio estava bem ali diante de seus olhos incrédulos, aflita a mãe arrancou das mãos de Estefânia a carta e trêmula a leu entre lágrimas e soluços. Mãe que saudade...

Fique tranquila, eu estou bem, volte já para casa papai está em perigo.

Tome muito cuidado, peça ajuda antes de chegar, um espírito das trevas

veio buscar papai e disse que não irá embora sem ele.

Com muito medo, Eulália caminhou na direção de sua casa, quando as palavras de seu "filho", vieram em sua mente. TOME CUIDADO PEÇA AJUDA ANTES DE CHEGAR. Com medo decidiu pedir ajuda ao padre da paróquia que ficava no caminho de sua casa...

Caro leitor o conto em pauta está em laboratório, motivo pelo qual estará sempre incompleto.

Grato pela compreensão

Lorenzi monteiro