MARA - Parte I

MARA

Parte I

Mara era puta, não vocação, mas por raiva do mundo, e para poder cumprir sua vingança.

Existem putas e putas. Putas que adoram o que fazem, adoram trepar, trepam todos dias, várias vezes ao dia e ainda ganham para isso. Mas Mara era uma puta diferente.

Mara havia se tornado puta por causa do filho do dono da fazenda onde moravam seus pais.

Marcos, um mauricinho todo arrumadinho, típico filhinho de papai, que pensava ser o dono do universo, primeiro ele depois Deus.

Na época Mara então com 15 anos, trabalhava na roça, junto com seus pais e irmãos, única mulher entre os 08 filhos de seu Januário, homem rude e de poucas palavras.

Certo dia acompanhando seu pai na lida da fazenda, Marcos engordou os olhos em cima de Mara, e disse consigo mesmo que aquela menina iria ser sua, custasse o que custasse.

Quis o destino que um dia ao trabalhar sozinha junto ao paiol de milho, Mara ficasse a sós com Marcos, e este sem pensar nas conseqüências a derrubou em cima de um monte de palha e a estuprou, tapando sua boca para que ela não gritasse.

Ao fim do ato Mara correu para casa, se trancou no quarto e chorou o resto do dia.

Na hora do jantar seu pai estranhando sua ausência, mandou a mãe ir até o quarto e saber o que estava acontecendo.

Dona Cacilda ao entrar no quarto e notar o lençol e as roupas de Mara manchadas de sangue, logo percebeu o que havia acontecido e ouviu tudo pela boca de Mara.

Voltando a sala, Dona Cacilda pediu aos filhos que terminassem logo o jantar e se retirassem, pois ela precisava ter uma conversa séria com o pai deles.

Dona Cacilda relatou ao marido o ocorrido. Este silenciou e rumou para a casa do patrão, a fim de saber se o tal de Marcos iria assumir a culpa e casar com sua filha.

Não teve nem tempo de acabar de falar, e Dr.Rodolfo, pai de Marcos, disse apenas o seguinte:

- Sua filha vive se insinuando para todos nesta fazenda, até pra mim ela se insinuou, e meu filho deu a ela o que ela tanto pedia. Não tenho obrigação nenhuma com você ou sua filha, e se você insistir neste assunto, pego meu jagunços acabo com toda a sua família e ainda dou de comer aos porcos, e garanto que ninguém jamais vai ficar sabendo do ocorrido.

Seu Januário voltou para casa cabisbaixo, entrou na sala e mandou chamar a filha para uma conversa.

Só ele falou, disse que Mara tinha desonrado o nome da sua família, que era para ela pegar suas poucas peças de roupa e sair daquela casa, sair da vida deles.

Dona Cacilda que a tudo ouvia, nada pode fazer, ajudou Mara a juntar seus poucos trapos, entregou lhe um lenço onde havia algumas moedas, moedas que ela vinha juntando ao longo dos anos para comprar o vestido com o qual ela queria ser enterrada, mas não disse nada disso a Mara, este fato Mara só ficou sabendo anos mais tarde.

Ao se despedir de seu pai, este lhe virou o rosto, seus irmãos um a um deram lhe abraços e beijos, e ao despedir-se de sua mãe disse:

- Mãe, eu vou vencer e vou voltar, esse filho da puta não sabe o que lhe aguarda, eu vou tirar tudo o que ele e o pai dele tem, eles vão ter que implorar o meu perdão. Eu juro!

No caminho para cidade, Mara foi pensando para onde iria, o que iria fazer da vida, mal sabia ler e escrever morava no interior, nunca tinha viajado para São Paulo. Junto com as moedas, sua mãe tinha lhe dado o nome e o nº de telefone de uma irmã dela que morava em São Paulo, e era tudo o que Mara tinha, algumas moedas, um nome e um nº de telefone.

De súbito Mara pensou, já que todos acham que sou uma puta, puta então é o que eu vou ser para sobreviver e vencer.

Não concluiu o caminho até a rodoviária onde pegaria o ônibus para São Paulo, andou até a pista e começou a pedir carona, logo parou um caminhoneiro, que avistando aquela menina-mulher na pista logo encostou:

- Moço me leva pra São Paulo, pediu Mara, faço o que o sr quiser, mas diga que sim, por favor.

O olho do guloso caminhoneiro quase engolia o corpo jovem e desnudo de Mara, e é claro que ele topou dar lhe carona.

Foram conversando, Mara contou sua historia, aumentou sua idade, escondeu seu segredo, até que chegaram a um posto onde o motorista iria jantar.

O motorista pediu a Mara que aguardasse na boleia do caminhão, enquanto ele iria providenciar a janta para os dois.

Voltou em pouco mais de 20 minutos, com duas marmitas, um refrigerante grande, dois garfos e copos plásticos.

Nunca Mara havia comido tanto e com total voracidade.

Após terminarem o jantar, o motorista acendeu um cigarro, ofereceu a Mara, que recusou e entrou na cabine alegando estar cansada.

O motorista tirou uma toalha de banho de dentro de uma mala grande, ofereceu a Mara, lhe apontou o banheiro e ordenou que fosse se lavar, Mara logo percebeu o que ele pretendia, e ela sabia que não podia recusar-se se deitar com ele e satisfazer seus desejos, dirigiu-se então ao banheiro, tomou um longo banho, trocou de roupas, só não vestiu a calcinha.

Começa ali sua carreira promissora de puta.