OS ILUSTRES VIAJANTES

Eles viajavam pelo deserto, o sol salpicava os seus fortes raios sobre a terra e castigava os viajantes, ela grávida, ás vésperas de dar a luz, iam em busca de um recanto tranquilo e acolhedor, mal sabiam os percalços que iriam enfrentar ao longo do caminho.

Já fazia um bom tempo que estavam sob aquele sol escaldante, ela no lombo de um animal, ele andando e puxando às rédeas, já estavam cansados do calor e sedentos de sombra e água fresca. Receberam um decreto: Teriam que se alistar, ele saiu para a sua cidade a fim de poder cumprir o decreto do imperador e aconteceu deles ainda nem chegarem na cidade, ela começou a sentir as dores do parto, debaixo daquele sol, ele apressou o passo, o que fazer? Onde iriam encontrar abrigo? O que fazer senão ir de porta em porta e implorar para que alguém lhes desse grarita? Ele não viu outra solução, as dores se intensificando, ela não poderia ter o bebê ali, no meio de toda aquela gente. Ele bateu na primeira casa, pediu, implorou, precisava de um abrigo, a esposa prestes a dar a luz: - Aqui não há lugar – falou o primeiro e bateu à porta, ele não poderia desistir, bateu na segunda casa: Outra vez aporta se fechou, não havia lugar, ele já estava desesperado! Bateu na terceira casa: Nada, implorou, a esposa ia dar a luz, não havia mais tempo e lhes indicaram um lugar nos fundos da casa – um estábulo de animais – era o único que havia.

E foi ali, naquele estábulo que o bebê nasceu, havia algo de diferente nele, estava predestinada aquela criança, predestinada a reinar, mas que rei era aquele cujo berço era uma simples manjedoura e seus espectadores os animais? A criança nasceu e a estrela no céu brilhou, os anjos desceram e cantaram glórias e aqueles que se recusaram a abrigar aquela família, mal sabiam que haviam perdido o privilégio de hospedarem os mais ilustres viajantes que já passaram pela cidade de Belém.