Uma história terrivelmente chata e desagradável

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Notas do Autor:

1) O nome do conto não é uma alusão ao conteúdo, é realmente chata e desagradável.

2) Esta história ocorre imediatamente antes de outra história chata, que pode ser vista em http://www.recantodasletras.com.br/contos/2824160

3) A história chata citada acima, também é realmente chata.

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É meu amigo leitor, se em algum momento você questionou os motivos que levaram nosso querido Personagem Principal a cometer tamanhas barbaridades contra ele próprio, eis que a resposta não é nada agradável. Permita-se então, ao benefício da dúvida, encerre por aqui mesmo sua leitura e continue em suas divagações sobre o que levaria uma a pessoa outrora normal a fazer o que faz a cada dia de sua vida...

Nosso protagonista nem sempre viveu enclausurado em uma casa vazia de paredes brancas e tediosas, um dia ele já foi um farmacêutico industrial, químico respeitado e contratado pelo exercito para criar substancias que venceriam guerras por si próprias. Em seu ambiente de trabalho, seu nome no crachá impunha respeito a qualquer um que o lesse: Dr. Personagem Principal.

Nosso protagonista era um cientista e, diferente de tantos cientistas que existem espalhados pelo mundo, possuía um maravilhoso relacionamento com a senhora Coadjuvante, assim como um lindo filho Secundário ao qual amava muito. Sua vida familiar era bastante desinteressante é claro, a perfeição familiar costuma ser bastante enfadonha, nenhuma briga e nenhum tipo de problema que pudesse torná-la mais agradável como leitura. O tédio só era superado por seu trabalho, onde a angustiante monotonia da revisão de resultados de experimentos era sua única e constante alegria.

Foi em um domingo, onde era mais interessante visitar um parque do que assistir os mesmos programas repetitivos na televisão, que nosso protagonista levou sua família para passear. Por algum tempo, o passeio foi bastante monótono e previsível, como todos os passeios costumavam ser, nosso protagonista permitia-se divagar sobre o trabalho e sobre a substancia que paralisava ratos temporariamente que estava aprimorando, pensava no quão idêntico ao dia anterior de trabalho seria o próximo, observando ratos paralisados em uma gaiola. Quando surge o terrível vilão da história.

Eis que antes de conhecer o vilão, talvez você queira reconsiderar e interromper a leitura, acredite em mim, não passa de um bandido comum, sem nenhuma característica forte ou marcante.

O bandido, nosso Antagonista, representava seu papel com bastante mais drama do que a família do protagonista, e empunhando uma arma bastante comum forçou a família a se embrenhar no meio do bosque que visitavam. Não fez nenhum suspense e com certeza estava prestes a dizer o que desejava daquela família, mas, nosso protagonista não estava tão curioso e fugiu na primeira oportunidade, abandonando esposa e filho nas mãos de um vilão qualquer.

Nosso personagem principal desejava naquele momento ter a paralisia dos ratos e enfrentar o vilão por piores que fossem as consequências, mas, a coragem nunca havia sido sua maior qualidade. Correu por alguns minutos, até que encontrou um policial. Horas depois, cercado de homens armados, entrou receoso novamente no bosque para procurar sua amada esposa. Durante horas percorreu todo o perímetro e constatou que todas as árvores e todas a moitas se parecem muito umas com as outras, e que as sombras por elas produzidas, se parecem muito com elas próprias.

Nunca encontrou sua esposa, assim como não recuperou o próprio filho. Nem pessoas e nem corpos mortos foram encontrados, apenas a imensa dúvida a respeito de seus destinos.

Nos dias que se seguiram, aguardando por notícias que nunca viriam, nosso protagonista pela primeira vez sentiu-se entediado ao observar os ratos paralisados. A tristeza tomava conta de seus pensamentos, assim como o lamentável fato de existir aprisionado à uma história de fracasso e covardia para qual não haveriam substancias no Universo que pudessem remediar. Mesmo assim, em uma tentativa vã, um dia injetou em si próprio corpo a droga que injetava nos ratos, foi encontrado completamente paralisado em frente a gaiola de ratos pelo figurante da limpeza, e logo após, sumariamente demitido por total incapacidade.

A partir deste dia, retirou tudo de sua casa que pudesse lembrá-lo de sua família, restando apenas paredes brancas, sem nenhum quadro, fotografia ou lembrança feliz. Retirou também tudo o que pudesse lhe trazer algum conforto, pois já não se acreditava mais merecedor de nada que lhe pudesse ser agradável. Agora dia após dia, nosso protagonista se paralisa com a droga experimental que produz em sua própria cozinha e, espera que um dia a morte chegue, sem que ele possa fujir. Suicidaria se pudesse, mas, a coragem como já foi dito, nunca foi uma de suas qualidades...

=NuNuNO==

(Que promete escrever algo mais agradável em um futuro não tão distante.)

NuNuNO Griesbach
Enviado por NuNuNO Griesbach em 12/11/2012
Código do texto: T3982543
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