GAVIÃO MATREIRO

Certa vez, um jovem agricultor e filho também de um agricultor sertanejo, ia para o roçado, e ao passar próximo da orla de uma pequena mata, um gavião, pegou-lhe de assalto o seu chapéu de palha e pousou no galho mais alto de um enorme e imponente pé de muquém, situado na ribanceira do riacho, aumentando ainda mais a grande altura. Na base de três galhos que formavam uma espécie de forquilha, a ave de rapina colocou o chapéu virado e bem apoiado, servindo-lhe de ninho. Toda vez que o jovem ia para a roça, olhava para o "ninho" do gavião, e nada podia fazer para recuperar o seu chapéu, tamanhos eram o emaranhado de galhos e a altura daquela gigantesca árvore das margens dos rios e riachos do Sertão. E, ao olhar para o "ninho", sempre via a ponta do bico do gavião à mostra, de um lado, e a extremidade das penas do rabo, do outro lado. E nem mesmo com a sua baladeira/estilingue, o menino jamais conseguira atingir o "ninho" daquele gavião esperto, que ali chocava e repousava tranquilamente.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 12/07/2013
Reeditado em 15/07/2013
Código do texto: T4383837
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