O mestre, os monges, o fruto da felicidade, e o egoísmo

Em um monastério incrustado nas montanhas do Tibet, um sábio reuniu seus vinte discípulos mais antigos para as orações matutinas. Depois de cantarem os Mantran, recitarem as meditações, e concluídos todos os rituais daquela manhã, o mestre chamou seus veteranos e disse:

— Amados discípulos, o egoísmo é um câncer que corrói a alma, aniquila o corpo e condena o espírito. Aquele que quer tudo para si sem pensar que os outros também devem ter seu lugar ao sol. Acaba sem nada.

Despois de um silêncio descomunal o mestre continuou:

— Ontem, enquanto eu caminhava pelo bosque encontrei o fruto da felicidade. Aquele que comer daquele fruto jamais terá sofrimento algum, e a iluminação virá de imediato.

Uma consternação geral deflagrou-se entre os monges. Um deles disse logo:

— Mestre eu quero comer desse fruto agora mesmo!

— Mostre-me esse fruto, senhor, que não aguento mais esperar pela iluminação — disparou outro.

Enfim, todos manifestaram o desejo de saborear o fruto milagroso. Então o mestre disse:

— Rente à trilha está uma árvore com muitos frutos; o suficiente para todos, mas quanto mais frutos comerem, mais benefícios terão.

Dito isso, o mestre ordenou, que de um em um seus discípulos fossem até o bosque comer quantos frutos quisessem.

Logo depois do décimo monge ter ido ao bosque, o décimo primeiro voltou reclamando:

— Mestre, não há nenhum fruto na árvore! Ela está completamente vazia!

— Não se preocupe meu amado discípulo! Aqueles eram apenas frutos quaisquer, e não servem a nenhum propósito. Eu só queria saber o quão egoístas são seus pares.

Hamynhas Mathnatha
Enviado por Hamynhas Mathnatha em 26/08/2013
Código do texto: T4452357
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