No fio do lombo

A pessoa mais sovina que Eleotério conhecia chamava-se Mané Tibúrcio. Era mesmo do tipo que usa frente e verso do papel higiênico. Pois naquela manhã o matuto estava no chiqueiro alimentando os porcos quando avistou o Mané se aproximando. Bateu palmas ainda fora da propriedade, na porteira, como o costume do lugar.

_Dia, Lotero!

_Dia, Sô Mané! Entra aí, sô.

Entrou, debruçou-se nas tábuas do chiqueiro e ficou assistindo ao outro terminar a tarefa.

_O que é que te trás aqui a essa hora, Sô Mané?

_Venho pedir sua opinião Lotero. Sua porcada tá gorda e sadia. Já eu num tô tendo sorte, sô. Os bicho num disinvorve direito. O quê que ocê me fala?

Eleotero que já sabia a causa do problma já foi contando o riscado:

_Uai, o causo é simpre. Vô te ensinar uma simpatia, se ocê fizer do jeitinho que eu falar a sua porcada engorda.

_Pois então fala, home.

_Toda vez que ocê for dar comida pra eles, pega um pouco do resto que eles largarem no coxo e passa no fio do lombo de cada um. Faz isso um mês seguido e depois me conta se os bicho ingordaro ou não.

Mané coçou o queixo pensativo, mas foi embora disposto a seguir o conselho.

Carlinhos Colé
Enviado por Carlinhos Colé em 12/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
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