Adultério.

O adultério talvez seja um dos maiores causadores de homicídio no Brasil. Em meus 7.7 de janela, o que vi de crimes passionais, os gibis não deram conta de registrar. Talvez seja pelo fato do divórcio ter atrasado tanto. Casados formalmente na lei, se separados tinha a vida travada, não eram nem casados e nem solteiros. Havia um tal de desquite, mas este era só para os ricos. Alguns desvairados diziam que viúvos ou viúvas estavam pelo menos livres para contrair novo casamento, já que a lei dava-lhes atenuantes de “violenta emoção e lavagem da honra”. Os amasiados eram condenados pela a igreja e mal vistos pela sociedade.

Dentre os crimes passionais que vi de perto narro um bem sinistro.Um cabo da PM que conheci nos anos 50, deu uma incerta de madrugada em sua casa, bateu na porta da sala e correu para porta da cozinha. O amante que saia pelado com calça na mão, recebeu um tiro na cabeça e um nas costas. O cabo contava que a mulher ajoelhou-se aos seus pés e pediu pelo amor de Deus para não morrer, recebeu um tiro na boca, um no peito em cima do coração e outro na vagina. Dizia ele que não teve outra opção para lavar sua honra. O amante nu debruce e uma poça de sangue, a mulher com a camisola ensanguentada, formava uma cena macabra.

Honra atingida e violenta emoção, foram atenuante para livrar o cabo da cadeia. Não tenho certeza, mas dizem que estes recursos jurídicos não existe mais para atenuar crimes de teor adulterino . Hoje a “Vara da família “ através da “ Defensoria Pública” fazem divórcios gratuito. Não há necessidade dos pobres matar parceiras e parceiros por infidelidade conjugal. É verdade que o amor transformado em ódio, atrofia o cérebro, tira a capacidade de raciocínio,em que ainda vimos estas bestialidades acontecendo,mas depois do divórcio diminui bastante.

Minha mãe para alertar os filhos com os assanhamentos de adolescentes, sobre o perigo das aventaras proibidas, recitava este verso:

“Quem ama mulher casada,

Não tem à vida segura,

Tem um pé nesta terra,

E o outro na sepultura”.

Lair Estanislau Alves.