FOI NUMA ROÇA
Antigamente, durante o trabalho numa roça do Sertão, o filho observando o pai que mascava um pedacinho de fumo de rolo que trazia no bolso da calça, sentiu vontade de também mascar fumo, e, portanto, arquitetou um plano ousado, e, fingindo ter sido picado por um escorpião, pediu ao pai um pedaço de fumo, ou seja, uma masca, para mascar rápido, e imediatamente colocar sobre o ferimento causado pelo ferrão do aracnídeo; pois, naquela época no interior sertanejo, acreditava-se que o sumo do fumo mascado servia como anestésico e para a cura de ferroada de escorpião, neutralizando o veneno perigoso daquele bicho peçonhento. Para desânimo e frustração do filho que mentia, o pai, aflito, tirou imediatamente da sua boca a suculenta masca de fumo já mastigada há horas, e insistentemente perguntava ao filho onde era o ferimento, para então pôr o “remédio” sobre o local afetado pela ferroada.