A visita

A visita

Leila acabara de receber o telefonema da neta Maria Rita. A neta avisou que estava chegando. Leila ficou muito excitada com a visita que iria receber. Quinze minutos depois uma buzina insistente em frente ao portão de Leila, fez com que ela fosse até a sala para ver quem era. Não teve tempo de abrir a porta. O portão já tinha sido aberto e Maria Rita já estava dentro do quintal.

Leila correu para abraçar a netinha, que não via há alguns anos. No meio do abraço sentiu um incomodo no meio dos pés. Logo depois sentiuum jato quente na perna. Olhou para baixo e viu dois cãezinhos muito fofos. Um deles acabava de urinar em suas pernas. Nem teve tempo de dizer nada, e veio à bisnetinha, a Bruninha com uma boneca maior do que ela, e logo depois da Bruninha uma menina maiorzinha que olhava tudo meio curiosa.

Leila precisou de folêgo para compreender o que se passava quando o motorista do carro retirou duas enormes malas e começou a tirar outras bolsas e coloca-las no quintal da sua casa. Alguns minutos depois a família da neta de Leila já estava instalada. As duas meninas já haviam tomado conta do quarto de Leila, e a cama da bisa tinha virado um pula-pula. O colchão de molas não iria suportar tanto sobe e desce.

Maria Rita e o namorado tomaram o quarto da frente, era bem arejado e tinha um aparelho de ar condicionado de última geração, muito convidativo. Os cachorrinhos foram levados para o banheiro de fora.

Após o jantar, que Leila preparou, Maria Rita saiu com o namorado para dar uma volta e Leila ficou cuidando da louça, e das duas meninas. Leila nem viu quando a neta voltou com o namorado. Tinha cochilado, a madrugada já ia alta, Levou um susto, quando eles bateram a porta do quarto da frente, anunciando que iam dormir. Leila não conseguiu dormir, pois lhe restara apenas o sofá, e este era muito desconfortável e quente.

Passou o resto da noite acordada, sentada no sofá, pensando se estava vivendo um pesadelo, ou se aquilo tudo era um castigo dos céus.

A neta disse ao telefone que viria visitar-lhe e chegou com tantas malas e uma família completa. Não disse por quanto tempo ia ficar, e nem qual o motivo do súbito aparecimento. Leila tinha muitas perguntas que sabia não seriam respondidas por Maria Rita. Ela também não estava disposta a fazê-las. Gostaria de ter ajuda de alguma pessoa da família para se livrar do “embrulho” que a neta queria lhe entregar. Ligou para os dois filhos, mas nenhum deles apareceu. Cansada sem saber o que fazer, ligou para a filha, que morava na mesma cidade de Maria Rita. Ela entregou-lhe a situação da netinha de Leila.

Leila ficou pensando, empurrava uma ideia para lá e outra para cá. Teria uma conversa com a neta, que na verdade nem era seu sangue. Maria Rita era filha de uma comadre de Leila, que tinha ido morar no interior há muito tempo. Leila a considerava como uma neta querida, porque na infância de Maria Rita, muitas vezes ela passava as férias na casa da avó.

Já era quase meio-dia quando os visitantes de Leila acordaram e foram para a cozinha tomar café. Leila já estava desesperada. Quando viu os dois entrarem na cozinha, amarrou a cara,

Maria Rita ainda tentou fazer uma carinha de santa, mas não funcionou, quando Maria Rita foi pegar o bule para esquentar o café, Leila lhe deu um safanão e o bule voou longe. Não satisfeita pegou a primeira frigideira que encontrou em cima do fogão e começou a disparar golpes no ar, gritando bem alto: “Seus safados, fora da minha casa agora., Nunca mais voltem aqui, vocês, crianças, cachorros, malas tudo. Fora!”.

Teve sorte, eles entenderam que Leila não ia desistir fácil de expulsá-los, o portão estava aberto e chegaram dois vizinhos antigos de Leila para ajudar na expulsão. Não foi preciso muitas palavras mais. Eles entenderam e se mandaram. Meia hora depois, Leila estava sozinha novamente em sua casinha tão confortável.

Ligou para a filha e despejou: “Deu certo minha filha, graças a Deus, estou livre daquele traficante, e o resto da turma. Quando falei em polícia, num instante, se mandaram”.

Se eu soubesse o que estava acontecendo com Maria Rita, nunca teria atendido sequer o telefone. A gente quando fica velha, as pessoas pensam que somos capacho.

Desligou, tremendo de raiva e alívio. Foi para a geladeira, tirou uma cervejinha gelada, colocou um samba bem alto, esquecendo imediatamente a neta e todos os problemas.

À tardinha foi encontrada no sofá, o filho mais velho, entrara, encontrara a porta aberta.

E ao ver a mãe no sofá, desconfiou que ela estava morta. Começou a dar-lhe pequenos tapinhas no rosto. Leila acordou assustada e deu um bofetão no filho, que assustado afastou-se da mãe. Ela gritou: “Agora que minha visita foi embora, você veio até aqui”. Não precisa se preocupar, já dei um jeito neles. E não me acorde quando eu estiver dormindo. Estou na minha casa, e você resolve vir a esta hora me acordar. Não consegui dormir a noite inteira.

Estava tirando um cochilo. E você vai embora também, estou cansada e quero continuar dormindo. Fechou a cara para o filho, que sem graça, vendo que Leila não estava bem disposta saiu de mansinho, sem fazer b

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 23/12/2013
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